segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nervos, para que tê-los?



O Palmeiras entraria em um campo de guerra, não no gramado do Pacaembu nesse domingo.

Não aconteceria um jogo de futebol contra o Corinthians, mas sim uma batalha contra adversários mortais.

Era possível observar faíscas voando pelos olhos dos jogadores palmeirenses.

Era guerra, batalha, luta, briga. Não futebol.

Parece que esse era o espírito dos atletas do Verdão no início do jogo contra o Corinthians, na disputa por uma vaga na final do Campeonato Paulista.

O nervosismo era tão grande que em um minuto de partida, os palmeirenses conseguiram a proeza de cometer três faltas. Praticamente uma a cada 20 segundos de bola rolando.

Até o momento em que a terra tremeu e a bola se assustou.

Danilo desferiu uma violenta rasteira em Liedson, que maldosamente deixou o pé que tirou sangue do zagueiro palmeirense.

O contestado árbitro Paulo César de Oliveira deveria expulsar os dois, mas mandou apenas o defensor para o vestiário.

Valdivia chutou o ar e se machucou.

Felipão foi expulso.

Cicinho se machucou.

Arbitragem contra, o melhor jogador fora do jogo, um atleta a menos e sem o técnico à beira do gramado.

Mas o Palmeiras provou que a culpa da eliminação não foi a péssima arbitragem de Paulo César, mas sim os nervos de seus jogadores.

Com 10 em campo, o Verdão fez parecer que o adversário estava com sete ou oito atletas no gramado.

O alviverde cresceu e dominou a partida. Criou chances e mais chances de gol, até que Leandro Amaro, de cabeça, abriu o placar, no começo do segundo tempo.

O Palmeiras jogava com uma segurança incrível. Não tomava sufoco, pouco era atacado e ia acuando o Corinthians em seu campo.

Mas, os nervos dos palmeirenses...

Veio um escanteio dado ao Corinthians pela zaga alviverde, que poderia tranquilamente ter mandado a bola para a lateral.

A zaga palestrina parou e ficou olhando Deola sair em falso.

E, incrivelmente, o atacante William teve tempo de dominar a bola dentro da área adversária e chutar para um gol quase vazio.

O empate era injusto, tamanha era a superioridade palmeirense.

Com um a menos, o Verdão se impôs, mas a falta de controle emocional de seus atletas comprometeu o desempenho alviverde.

Nos pênaltis, a sorte sorriu para o goleiro Júlio César. E acabou com a esperança alviverde de reencontrar o Santos em uma final 52 anos depois do último duelo em uma decisão...

A bela campanha no primeiro turno foi para o lixo.



No site do Palmeiras, há declarações dos alviverdes culpando a arbitragem pela eliminação.

"Novamente, a arbitragem conseguiu ser ruim e prejudicar a nossa equipe", criticou Kleber.

"Ele não teve coerência. Deveria ter sido igual para as duas equipes. O Kleber apanhou o jogo inteiro. O Danilo não merecia ter sido expulso sozinho. Fizemos a nossa parte, mas o árbitro foi muito mal", reclamou Valdivia.

O técnico Felipão foi além de seus atletas na hora de reclamar. "É natural que fosse premeditado. Temos um dossiê com 26 jogos em que muitos deles apontam erros do Paulo Cesar contra o Palmeiras. E tinham duas solicitações de veto contra ele, uma na Federação Paulista (FPF), e outra na CBF. Para piorar, um jornal divulga que esse árbitro seria o escolhido para o jogo. No sorteio, caiu justamente ele. Deveria jogar na loto o cara que acertou", ressaltou o comandante alviverde.

Um pouco mais contundente foi a declaração de Márcio Araújo: “a equipe lutou desde o primeiro tempo e criou muito mais chance que o Corinthians. A lição que a gente tira foi a de manter a cabeça no lugar, já que dominamos o jogo, mas nos desequilibramos com o tumulto da arbitragem”.

Desequilíbrio. Márcio Araújo acertou em cheio na escolha da palavra. Só errou o momento, pois os palmeirenses já entraram pilhados no clássico e saíram mais ainda.

Depois do jogo, Valdívia e Kleber mostraram pelo twitter o quão nervosos estavam. Um xingou torcedores, outro continuou criticando a arbitragem.











Mas, mais do que a arbitragem ruim de Paulo César, o gol de William e a defesa de Júlio César, o nervosismo palmeirense foi o principal responsável pelo ponto final do Verdão no Campeonato Paulista.

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