quarta-feira, 5 de abril de 2023

Santos: vitória gigante, futebol minúsculo

Após quase um mês sem disputar uma partida oficial, o Santos voltou a campo nessa terça e suou, sofreu e maltratou seus torcedores para conquistar uma vitória magra, gigantesca, histórica, mas extremamente preocupante.

A equipe santista teve quatro semanas pata treinar e evoluir, visando não repetir os erros que culminaram em mais uma eliminação precoce no Campeonato Paulista. O cenário era perfeito para o retorno: jogo de estreia na Sul-americana contra um adversário de qualidade baixa, penúltimo colocado no fraquinho Campeonato Boliviano - o Blooming. Era hora de mostrar que a ausência de uma pré-temporada de qualidade no começo do ano foi superada com esse tempo provocado pela vexatória eliminação no estadual.

Mas o que se viu foi o contrário. Uma equipe com os mesmos erros defensivos, mal postada, com dois volantes que pouco marcam, com laterais que não atacam nem defendem com qualidade e um sistema que oferece diversas oportunidades ao adversário. Ofensivamente falando, nenhuma jogada trabalhada - sem triangulações, tabelas, infiltrações, inversões de jogo e até mesmo um chuveirinho bem pensado. Nada disso. Eram apenas chutões da defesa pro ataque e torcida para que um dos habilidosos pontas pudesse fazer algo contra cinco ou seis defensores bolivianos.

Nem a polêmica expulsão do goleiro adversário, no início do segundo tempo, mudou o cenário. Para piorar, o técnico Odair Hellmann, além de escalar mal, ainda mexeu mal. Manteve os dois volantes e apenas trocou seis por meia dúzia no ataque. Não mudou a formação para aproveitar a vantagem numérica. Manteve a (fraca) escalação conservadora. E ainda tirou o único meia armador.

Mas, contou com a sorte. E em um escanteio no final da partida, inacreditavelmente nenhum defensor boliviano acompanhou o zagueiro Bauermann, que subiu livre para cabecear pro fundo do gol. 

Para encerrar a noite dos terrores santista, os torcedores do alvinegro ainda viram o técnico de seu clube berrar para o árbitro encerrar o jogo. Sim, atuando com um jogador a mais por quase 40 minutos e com um gol de vantagem, ainda assim ele temia o incompetente clube vice-lanterna do "Bolivianão".

Foi somente a primeira partida após um mês de treino. É uma equipe cheia de desfalques e que nao contratou ninguém desde a eliminação no Paulista. Mas a postura medrosa, sem confiança e sem atitude nem ganância de mudar de patamar demonstrada contra o Blooming mostram que o Brasileirão será muito, mas muito aterrorizante aos santistas. Novamente... E nem a primeira vitória em estreia fora de casa no torneio continental tem forças para apagar o péssimo desempenho do time.

Foto: Santos FC

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