sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sorte de amador

A vitória do Santos sobre o Grêmio, pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, só aconteceu graças ao amadorismo dos comandantes do Peixe. Contraditório? Sim! Mas é bem real.

Afinal, o gol santista foi marcado por Gabriel, um promissor jogador de 16 anos que não estava nos planos do técnico Claudinei Oliveira momentos antes de iniciar a partida. Mas, devido ao destino a um contratempo com outro jovem talentoso, Victor Andrade, "Gabigol" entrou no segundo tempo e fez o gol que encerrou o jejum santista de vitórias que já durava quase um mês.

Uma história diferente. E que demonstra o amadorismo dos administradores do Santos. A começar por essa pergunta: por que um jovem talentoso, cheio de vontade de jogar, com passe estipulado em R$ 100 milhões, é "banco" de William José, o centroavante que não faz gols, não dá assistências, não tabela e não ajuda na marcação? Como um garoto como esse é deixado de lado e tem menos oportunidades que Henrique, atacante que já jogou sua dúzia de partidas e cujos gols podem ser contados nos dedos de uma mão só?

Além disso, é inacreditável como a história santista é rejeitada e desprezada pelos mandatários do clube da Vila Belmiro. Tradicional celeiro de talentos (Pelé, Clodoaldo, Giovanni, Neymar, Robinho...) e tendo sua categoria de base como protagonista dos momentos de glória, o Santos segue investindo em medalhões, jogadores rodadas, mas que não acrescentam qualidade (vide "Pinga", Val Baiano, Marcelo Peabiru, Juan, Wagner Diniz, Charles, Henrique...) e não decidem partidas.

Enquanto Léo, Bruno Peres, Durval, Marcos Assunção, Cícero, Henrique e William José vão acumulando erros e atuações pífias pelo Santos, os verdadeiros Meninos da Vila aproveitam as oportunidades (quando, raramente, elas surgem) e depois são encostados - vide Leandrinho, Alan Santos, Giva, Emerson Palmieri, Gustavo Henrique, Victor Andrade, Léo Cittadini...

Pergunto: como manter a confiança, a motivação e a empolgação se, logo após uma ótima partida, você é afastado e nem é relacionado para o banco de reservas, enquanto os grossos veteranos vão tendo sequência como titulares e vão manchando a história santista?

E o duro é ver que nem mesmo o próprio Claudinei Oliveira, ex-técnico da base, tem coragem de colocar em campo o melhor que tem à disposição. CO começou sua trajetória na categoria profissional do Santos mostrando ousadia, escalando um time jovem, com vários garotos da base e ofensivo (fase em que o Santos começou a se ajeitar). Mas, tristemente (para os santistas), ele abandonou o projeto e se tornou um discípulo de Muricy, enchendo o time de volantes e veteranos que parecem aposentados - sem ritmo, sem qualidade, sem fôlego...

Seguindo assim, os santistas só podem esperar sofrimento e luta contra o rebaixamento.

Caso os mandatários santistas abram os olhos e passem a valorizar e utilizar as pérolas da base, aí sim os torcedores do Santos poderão esperar por um futuro melhor.

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