segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O Santos Respira

No reencontro do Santos com o torcedor na Vila Belmiro, o que se viu foi emoção. Muita emoção. E esperança aos santistas nesse Brasileirão.

A vitória por 1x0 sobre o Grêmio foi conquistada com muita raça e com a correção do VAR. E foi justa. O Santos jogou para ganhar, atacando, criando e buscando o gol de todas as formas: chutando, cruzando, driblando...

Houve uma evolução. O time se postou mais organizado defensiva e ofensivamente. O esquema com 3 zagueiros, se não resolveu todos os problemas, ao menos se mostrou uma alternativa possível para dar mais solidez à zaga.

Porém, o alvinegro seguiu apresentando erros graves: pouca eficiência nos arremates, muitos passes simples errados e espaços defensivos, principalmente. a entrada da área e na famosa "segunda bola".

Com o triunfo, o Peixe sai da Zona de Rebaixamento e ganha fôlego para disputar as próximas rodadas. 

O próximo jogo, contra o Atlético Mineiro, será duríssimo. Um empate em BH já será valioso!

Por fim, vale apontar os destaques individuais dessa partida.

Velásquez foi firme e ganhou quase todas as divididas. 

Camacho se desdobrou em campo, marcou bem e ainda mostrou técnica para dar bons dribles e passes. 

Lucas Braga foi um desafogo pela esquerda e não pode sair do time.

Marinho foi caçado em campo, mas foi inteligente e amarelou "metade" do time do Grêmio. E criou oportunidades de gol, como a que originou a vitória. 

Tardelli entrou bem como meia, aparecendo pro jogo e puxando a equipe verticalmente.

Carille, dessa vez, organizou bem o time e as alterações no decorrer do jogo melhoraram o desempenho da equipe.

A torcida apoiou desde antes da partida. "Lotou", dentro das possibilidades, a Vila, apoiou do minuto inicial ao final e molhou a arquibancada com lágrimas no gol aos 47 do segundo tempo. Lágrimas de esperança. 

Mas, alguns pontos ainda precisam evoluir.

Baptistão é voluntarioso, mas parece deslocado ainda, sem uma função para explorar a técnica diferenciada que ele já mostrou ter.

Marcos Guilherme não tem rendido bem como ala e pela direita o Grêmio criou as melhores oportunidades. 

João Paulo precisa entrar no ritmo do jogo. Muitas vezes, demora demais para repor a bola e atrapalha contra-ataques.

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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Opinião: o Santos sem rumo na temporada 2021

O Santos começou um ano promissor, disputando as finais da Libertadores/2020. Mas, o futebol ousado, envolvente e eficiente do Peixe parece ter ficado nas semifinais da competição continental. De lá pra cá,  o nível do futebol caiu absurdamente, com o alvinegro perdendo a decisão continental de maneira melancólica, quase sendo rebaixado no Paulistão e brigando contra a degola no Brasileirão.

O que aconteceu para o clube ir do céu ao inferno em somente 8 meses? Algumas coisas explicam:

1) Trocas constantes de técnicos - começou 2021 com Cuca, trocou por Ariel Holan, chamou Diniz e agora está sob a gestão de Carille. Quatro técnicos em apenas 8 meses. Fica difícil entrosar, encaixar o trabalho...

2) Venda da espinha dorsal (e sem reposição à altura) - saíram Lucas Verissimo e Luan Peres, dupla titular da zaga; Alison, o volante de contenção; Diego Pituca, o volante de técnica; Soteldo, o ponta de criação; e Kaio Jorge, que vinha sendo responsável pelos gols santistas. Cinco jogadores titulares saíram e a reposição não foi, nem de longe, à altura. 

3) Faltou apoio à Holan - o técnico argentino vinha dando oportunidades principalmente aos jogadores de base (que a torcida santista tanto exige) e botando no banco os medalhões que não vinham rendendo - e foi aí que o negócio azedou (quem não lembra do episódio da substituição do Marinho?). Ao público externo, parece ter faltado pulso da diretoria para bancar a atitude do treinador. Os resultados não eram encantadores, mas o time começava a tomar forma. 

4) Má fase geral - Marinho e Sanches pararam de jogar. Jean Mota, Luís Felipe e Pará voltaram a jogar o futebol fraquinho que a torcida tanto odeia. Lucas Braga, Ângelo e Kaiky oscilaram, como se espera de jovens, e ainda não conseguiram retomar o futebol em alto nível.

5) Contratações que não renderam ainda: Léo Baptistão e Diego Tardelli são famosos e reconhecidos no meio esportivo, mas ainda não engrenaram nem decidiram partidas à favor do Peixe. Zanocelo e Boza chegaram há alguns meses como desconhecidos, tiveram já algumas oportunidades, mas ainda não convenceram para serem titulares absolutos. Camacho, Marcos Guilherme e Velásquez são os que mais se destacaram até o momento, mas ainda não conseguem "carregar", enquanto que Moraes começou bem, mas se lesionou.

6) Sangue no olho - o Santos parece não entender que precisa fazer gols para ganhar. Ataca sem muita organização, sem pressa, sem objetividade e quando não toca errado, deixa de finalizar ou recua para a zaga recomeçar a jogada que poderia ter sido efetivada com um cruzamento ou um chute à gol. Falta treino? Confiança? Qualidade? Ambição? 

O futuro é preocupante para os Santistas. Nunca o clube esteve tão forte na disputa pelo rebaixamento como em 2021. Precisa reagir e se reinventar logo. O tempo está passando e a última vitória santista no campeonato já faz mais de dois meses - foi em 01/08, com 1x0 sobre a Chapecoense. De lá pra cá, são nove jogos de jejum (seis empates e três derrotas), com somente cinco gols marcados nesse período e 13 sofridos. 

San-Sãozinho: empate péssimo para Santos e São Paulo no Brasileirão

Santos e São Paulo fizeram um clássico medíocre no Morumbi, válido pela 24a Rodada do Campeonato Brasileiro. O empate por 1x1, gols ainda no primeiro tempo, reflete o baixo nível de ambos.

O São Paulo teve a posse de bola e criou algumas poucas chances de gol, mas não foi nada eficiente. Como mandante, os três pontos contra um adversário em crise eram obrigatórios. Achou o gol em um pênalti convertido por Calleri, após o VAR observar toque de mão do zagueiro improvisado Vinicius Balieiro.

Já o Santos criou menos ainda e em uma das três bolas que acertou no gol, balançou as redes, em um belo chute do apagado Sanches. E quase infartou seus torcedores com tantos erros defensivos e inúmeros passes e domínios errados. O que o Carille anda treinando na Baixada Santista? Até agora, ainda não se viu em campo.

Observações:

1) O meio-de-campo do São Paulo carece de criatividade. Urgentemente. 

2) Crespo precisa organizar a casinha defensiva do São Paulo e trabalhar a objetividade da linha ofensiva. Muito toque de bola e pouca produtividade.

3) Carille precisa parar de inventar e improvisar. O volante Balieiro provocou um pênalti infantil enquanto jogou improvisado na zaga e o atacante Marcos Guilherme quase entregou o jogo no final ao errar um lançamento, mostrando sua pouca aptidão como lateral.

4) Sanches e Marinho parecem jogar outro esporte. Lentos e sem criatividade, não estão jogando nem 10% do que os Santistas viram nos últimos anos. 

5) O Santos é mais forte sem Jean Mota e Pará. Mas joga demasiadamente pra trás e erra passes e domínios básicos. Tá faltando treino?

6) O empate manteve ambos próximos da Zona de Rebaixamento. A próxima rodada será fundamental para delinear o futuro do Santos: é vencer o Grêmio na Vila Belmiro ou começar a organizar o time para a Série B. Ao São Paulo, que enfrenta o Cuiabá fora de casa, outro empate será bem-vindo na atual fase - não é satisfatório, mas pontuar fora ajuda nessa luta contra a degola. Porém,  uma vitória do Tricolor o coloca na metade de cima da tabela, podendo sonhar com um possível G9.

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