sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Opinião: o Santos sem rumo na temporada 2021

O Santos começou um ano promissor, disputando as finais da Libertadores/2020. Mas, o futebol ousado, envolvente e eficiente do Peixe parece ter ficado nas semifinais da competição continental. De lá pra cá,  o nível do futebol caiu absurdamente, com o alvinegro perdendo a decisão continental de maneira melancólica, quase sendo rebaixado no Paulistão e brigando contra a degola no Brasileirão.

O que aconteceu para o clube ir do céu ao inferno em somente 8 meses? Algumas coisas explicam:

1) Trocas constantes de técnicos - começou 2021 com Cuca, trocou por Ariel Holan, chamou Diniz e agora está sob a gestão de Carille. Quatro técnicos em apenas 8 meses. Fica difícil entrosar, encaixar o trabalho...

2) Venda da espinha dorsal (e sem reposição à altura) - saíram Lucas Verissimo e Luan Peres, dupla titular da zaga; Alison, o volante de contenção; Diego Pituca, o volante de técnica; Soteldo, o ponta de criação; e Kaio Jorge, que vinha sendo responsável pelos gols santistas. Cinco jogadores titulares saíram e a reposição não foi, nem de longe, à altura. 

3) Faltou apoio à Holan - o técnico argentino vinha dando oportunidades principalmente aos jogadores de base (que a torcida santista tanto exige) e botando no banco os medalhões que não vinham rendendo - e foi aí que o negócio azedou (quem não lembra do episódio da substituição do Marinho?). Ao público externo, parece ter faltado pulso da diretoria para bancar a atitude do treinador. Os resultados não eram encantadores, mas o time começava a tomar forma. 

4) Má fase geral - Marinho e Sanches pararam de jogar. Jean Mota, Luís Felipe e Pará voltaram a jogar o futebol fraquinho que a torcida tanto odeia. Lucas Braga, Ângelo e Kaiky oscilaram, como se espera de jovens, e ainda não conseguiram retomar o futebol em alto nível.

5) Contratações que não renderam ainda: Léo Baptistão e Diego Tardelli são famosos e reconhecidos no meio esportivo, mas ainda não engrenaram nem decidiram partidas à favor do Peixe. Zanocelo e Boza chegaram há alguns meses como desconhecidos, tiveram já algumas oportunidades, mas ainda não convenceram para serem titulares absolutos. Camacho, Marcos Guilherme e Velásquez são os que mais se destacaram até o momento, mas ainda não conseguem "carregar", enquanto que Moraes começou bem, mas se lesionou.

6) Sangue no olho - o Santos parece não entender que precisa fazer gols para ganhar. Ataca sem muita organização, sem pressa, sem objetividade e quando não toca errado, deixa de finalizar ou recua para a zaga recomeçar a jogada que poderia ter sido efetivada com um cruzamento ou um chute à gol. Falta treino? Confiança? Qualidade? Ambição? 

O futuro é preocupante para os Santistas. Nunca o clube esteve tão forte na disputa pelo rebaixamento como em 2021. Precisa reagir e se reinventar logo. O tempo está passando e a última vitória santista no campeonato já faz mais de dois meses - foi em 01/08, com 1x0 sobre a Chapecoense. De lá pra cá, são nove jogos de jejum (seis empates e três derrotas), com somente cinco gols marcados nesse período e 13 sofridos. 

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