quinta-feira, 7 de março de 2024

O que esperar dos clubes brasileiros podendo relacionar até nove estrangeiros por partida?

A decisão é polêmica. E afeta vários aspectos do futebol brasileiro.

A decisão de que cada time possa relacionar até nove jogadores estrangeiros por partida é bem perigosa.

Há anos o Brasil vem perdendo o poder de manutenção de jovens atletas em seus elencos.

Cada vez mais cedo, jovens promessas têm contratos amarrados com equipes, principalmente, da Europa, como Vitor Roque, ex-Athetico, e Endrick, ainda no Palmeiras.

E há anos o nível técnico vem caindo nos clubes tupiniquins. O último título mundial de clubes já tem 12 anos. O de seleções 22...

As equipes brasileiras, cada vez menos, formam jogadores. Apenas lançam. Não tem um trabalho pleno para que esse atleta se desenvolva por aqui e depois busque desafios fora do país. Não tem um trabalho de bastidores forte - e aparentemente, nem interesse.

E o resultado é cada vez menos brasileiros brilhando por aqui.

O argentino Cano foi o artilheiro do Fluminense campeão da Libertadores pela primeira vez.

O paraguaio Romero está a um gol de empatar como maior artilheiro corintiano na Neo Química Arena.

O argentino Calleri é o craque com faro de gols do São Paulo.

Os bolivianos Enzo Monteiro e Miguelito são as maiores promessas da base do Santos, um dos times que mais revela jogadores no mundo.

O uruguaio De Arrascaeta é o craque do Flamengo, assim como o francês Payet é "o cara" do Vasco. 

O xerifão do papa-títulos Palmeiras é o paraguaio Gustavo Gomez.

Num país de dimensões continentais, os clubes estão abrindo mão de buscar os melhores talentos para investir em uma baciada de estrangeiros. Não apenas um ou dois para posições mais específicas ou carentes. Mas praticamente um time inteiro.

Num país de dimensões continentais, os clubes estão abrindo mão de trabalhar suas joias mais preciosas para correr atrás de atletas de outros países que podem compor o elenco, aproveitando o poderio econômico muito superior em relação aos demais países da América do Sul.

E, cada vez mais, o Brasil vai se afastando de suas origens, deixando para trás a brasilidade que o tornou o país do futebol, campeão de tudo e, outrora, com clubes poderosos que, pasmem, até venciam mundiais de clubes...

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