Se tem uma coisa que brasileiro gosta de fazer, é comparar! É isso ou aquilo? Esse ou aquele?
E com dois dos maiores talentos do futebol brasileiro desse século, não seria diferente.
Endrick tem números melhores do que o Neymar, segundo dados levantados pela revista Placar.
Aos 17 anos e 7 meses, Neymar tinha disputado 37 jogos pelo Santos, sendo 18 como titular, marcado oito gols e dado sete assistências, sem levantar nenhuma taça e nem ser convocado para defender o Brasil.
Já Endrick chega a essa etapa da vida com 62 jogos, sendo 36 como titular, 18 gols marcados, nenhuma assistência e quatro títulos, além de duas partidas pela seleção.
Porém, alguns "detalhes" devem ser analisados para derreter o frio dos números.
Neymar surgiu num Santos em reformulação, em um elenco que teve um desempenho fraco em 2008, terminando o Brasileirão em 15° lugar.
Com quase metade do time titular alterado de uma temporada para outra, o "Menino Ney" surgiu em 2009, com o Peixe sendo vice-campeão estadual, perdendo a final para o Corinthians de Ronaldo.
Antes disso tudo, tinha visitado Madrid, sob os olhares atentos do Real que desejava contar com o garoto, mas não contava que o garoto não quisesse o Real. Neymar escolheu ficar no Santos por um período maior antes mesmo de estrear pelos profissionais.
Já Endrick teve um outro cenário em seu surgimento: um Palmeiras campeão de tudo e disputando ponto a ponto todos os títulos que disputou, com um elenco formado há pelo menos três anos e já entrosado.
Se a concorrência de Neymar era menos qualificada por uma vaga no ataque santista, Endrick teve que cavar um espaço entre os titulares de Abel Ferreira, que segurou o quanto pode a titularidade antecipada do jovem prodígio.
E justamente essa qualificação pesou também para a convocação. Neymar viu em 2009 o Brasil ter em seu ataque jogadores como Adriano, Pato (ainda jogando um futebol interessante), Robinho, Nilmar, Luis Fabiano e Diego Tardelli, por exemplo.
Já Endrick pegou um período de "vacas magras" no ataque da seleção, com os atacantes sendo muito contestados e marcando pouquíssimos gols, como Richarlison, Gabriel Jesus, Raphinha, Antony, Paulinho, Matheus Cunha e João Pedro. A vaga no setor ofensivo nunca esteve tão aberta, já que apenas Vinícius Junior e Rodrygo são incontestáveis no ataque pentacampeão.
Para completar a análise, vale lembrar as características de jogo de cada um. Neymar é mais criativo, técnico, criador de jogadas (para ele e para os companheiros) e provocador.
Endrick é fisicamente mais forte, mais focado em finalizar, tem um jogo mais vertical, menos plástico e técnico, mas mais incisivo e vigoroso.
Com todos os fatores ajudando um ou dificultando para outro, fato é que temos dois jogadores diferenciados, acima da média e que somos privilegiados de ver. E que podem formar uma belíssima dupla no ataque da seleção.
Porém, falar que Endrick é o maior jogador revelado no Brasil desde Ronaldinho é brigar com a história e com a realidade.
Neymar, com seu talento e habilidade, protagonizou o crescimento de um Santos que vinha em queda e encantou o Brasil, a América do Sul e ganhou fama mundo afora.
Por sua vez, Endrick se tornou uma peça importante de uma máquina acostumada a vencer - e que do último semestre de 2023 para cá, começou a ganhar ares de protagonista, mas ainda não é tão relevante para o atual Palmeiras como Neymar era para o Santos em 2009.
Entre um ou outro, prefiro os dois, que podem perfeitamente se complementar. Mas, se tivesse que escolher só um, seria o menino Neymar.
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