Na última semana, vândalos disfarçados de torcedores mataram mais uma pessoa em São Paulo. Não foi a primeira e nem será a última vez.
Não importa a camisa do time nem o local do país: hoje, o poder público, os clubes e as torcidas organizadas são grandes incentivadores da violência dentro e fora dos estádios.
Vamos por partes:
- Torcida Organizada: coloca faixinha no estádio reclamando do dinheiro da merenda, do preço do ingresso, faz protesto contra a CBF, mas na hora de fazer sua parte, sobra omissão. Por exemplo, não entregar às autoridades os vândalos infiltrados em sua organização. E ainda onera os clubes exigindo ingressos gratuitamente. Fora as ameaças aos jogadores quando o rendimento não é dos melhores - invasão ao CT, ataques aos carros dos atletas, destruição da estrutura dos estádios (próprio ou dos adversários) dentre outras baixarias recorrentes de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil.
- Poder Público: em todas as esferas - municipal, estadual, federal, executivo, legislativo e judiciário - são coniventes com a violência pois não atuam de maneira a realmente combater esses vândalos. Imagens mostram os criminosos, mas raramente eles são presos - e quando são, as leis ultrapassadas permitem uma rápida liberação. As torcidas marcam tocaias pelas redes sociais e as autoridades fingem não saber. Agentes de segurança despreparados.
- Clubes: fecham os olhos para a violência e fingem que não têm nenhuma responsabilidade sobre isso. Mas financiam as torcidas organizadas e apóiam e mantêm dirigentes cujos objetivos particulares estão sempre à frente dos objetivos das entidades esportivas. Mantêm dentro de suas estruturas esquemas de corrupção que acabam com as finanças dos clubes - e têm o apoio dos governos, que abrem mão de cobranças de impostos devidos.
Enquanto essas três partes não mudarem de postura, os vândalos seguirão ganhando as manchetes rotineiramente, livres para matarem, destruírem, roubarem, sem que nada aconteça com eles.
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