Faltou inspiração, criatividade e atitude para o Palmeiras no duelo contra o Jorge Wilstermann (BOL), nessa quarta-feira (3), na Bolívia, válido pela quinta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Muito longe de apresentar seu melhor futebol, o clube paulista acabou derrotado por 3x2, mas manteve-se na liderança o grupo 5 com 10 pontos, um a mais que os próprios bolivianos.
Apesar da rede ter balançado cinco vezes, a partida teve poucas chances de gol. As duas equipes privilegiaram a força ao invés da técnica e insistiram em inúmeros cruzamentos na área. Os poucos chutes realizados passaram longe das metas defendidas por Fernando Prass e Olivares.
Abusando as bolas levantadas na área, foi questão de tempo para que a rede balançasse em uma jogada assim. Após cobrança de falta aos 35 minutos de jogo, Paz abriu o placar para os bolivianos, aproveitando desatenção de Vitor Hugo. Pouco depois, o meio-de-campo inteiro do Palmeiras deixou Machado livre para avançar do círculo central até a entrada da área palmeirense. Com espaço, o boliviano teve tempo para pensar, posicionar o corpo e acertar um chutaço no ângulo para fazer 2x0.
Pouco antes do final do primeiro tempo, Guerra aproveitou confusão na área do Wilstermann para empurrar a bola pro fundo do gol e recolocar o Palmeiras no jogo.
Na segunda etapa, o clube brasileiro voltou mais "ligado" e esboçou uma pressão nos primeiros cinco minutos. Mas, a falta de criatividade impediu que o alviverde alcançasse o empate. E num contra-ataque, Jean falhou e deixou a bola passar por ele, Saucedo entrou na diagonal, roubou a pelota e foi derrubado na área por Fernando Prass. Pênalti batido e convertido por Cardozo. Parecia que era o "golpe final" na equipe paulista.
Porém, os palmeirenses ganharam um presente dos bolivianos, quando Cabezas cabeceou contra a própria meta e marcou gol contra, na marca dos 27 minutos. O Palmeiras tinha tempo de sobra para buscar o empate. A falta de atitude e inspiração, entretanto, travaram o Alviverde e não permitiram que o placar fosse alterado novamente.
A primeira derrota palmeirense nessa edição da Libertadores não foi suficiente para tirar a equipe da liderança e representa uma pequena e improvável ameça à classificação do time para o mata-mata. Para que isso aconteça, na última rodada, o Palmeiras tem que perder por dois gols de diferença para o Atlético Tucuman (ARG) em pleno Allianz Parque e, ainda, o Jorge Wilstermann deve pontuar contra o Peñarol, no Uruguai.
Combinação pouco provável, mas possível. Por isso, o técnico Eduardo Baptista deverá estudar bem o adversário argentino e, principalmente, corrigir as falhas apresentadas pela equipe nas últimas rodadas, quando saiu perdendo por 2x0 tanto na Bolívia, como no Uruguai.
Destaques
Jorge Wilstermann: equipe aplicada e obediente taticamente, mas muito limitada tecnicamente. É incompreensível que seja o segundo melhor ataque da Libertadores e há pouco o que se destacar nessa equipe. Com boa vontade, pode-se ressaltar a mobilidade do trio ofensivo composto por Rios, Cardozo e Bergese, que além de correr o campo inteiro, ajuda bastante na marcação e na recomposição quando a equipe está sem a posse de bola. Entretanto, o time inteiro não sabe se defender, é ingênuo e se posiciona mal.
Palmeiras: o zagueiro Mina foi, de longe, o destaque da equipe nesse jogo. Firme na defesa e sempre bem posicionado, virou até atacante no final da partida. É um jogador de muitos recursos e um dos pilares do time. O ponto negativo foi a pouquíssima criatividade palmeirense, incapaz de criar pelo menos 4 ou 5 chances de gols diante de uma equipe com um sistema defensivo tão frágil - não é à toa que o clube boliviano já sofreu oito gols. Acertar apenas um chute a gol durante 90 minutos é bem preocupante.
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