domingo, 19 de junho de 2016

Duelo excepcional em Brasília dá esperanças a Flamengo e São Paulo

Brasília foi palco de um grande e movimentadíssimo jogo entre Flamengo e São Paulo. Muitas chances de gol, um confronto aberto e gostoso de assistir, com quatro gols, dois para cada time.

O clube carioca, aos poucos, vai entrando nos eixos sob o comando de Zé Ricardo. William Arão e Alan Patrick são os donos do meio de campo da Gávea, enquanto Réver e Rafael Vaz começam a ajeitar a defesa flamenguista. O ponto mais fraco é o ataque. Se Guerrero voltar à boa fase, esse time do Flamengo brigará na parte de cima da tabela.

Já o São Paulo precisa desesperadamente dar um jeito de manter Calleri no Morumbi. O atacante goleador -15 gols em 26 jogos pelo Tricolor, é o cara que chama a responsabilidade de botar a bola no fundo do gol. Os dois contra o Flamengo mostraram o faro de artilheiro do argentino. Porém, não dá para ser expulso após dois amarelos por reclamação. Calleri fará falta no período suspenso, assim como fez falta nos quase 30 minutos em que o Tricolor ficou com 10 em campo. Com um a menos em campo, o São Paulo tomou sufoco e viu o instável Denis fazer pelo menos três ótimas defesas.

O pênalti em favor do Flamengo no final do confronto existiu, não há nem discussão. Alan Patrick jogou na placa publicitária dois pontos que podem fazer falta ao Fla no final do campeonato.

Para o Flamengo, empate com gosto de derrota por ter jogado com um a mais por quase meia hora e ter perdido um pênalti nos acréscimos. A ausência de um matador pesou. É preciso um definidor para transformar em gols as chances criadas.

Ao São Paulo, esse um ponto conquistado ficou de bom tamanho. Vai brigar pelo título, caso não foque somente na Libertadores e nem perca duas peças fundamentais nessa reação em 2016: Maicon e Calleri. Os dois quase colocaram tudo a perder hoje (Calleri com a expulsão, apesar dos dois gols, e Maicon pelo pênalti infantil aos 46 do segundo tempo) mas são fundamentais para a equipe do Morumbi.

domingo, 12 de junho de 2016

Mais um vexame para o currículo de Dunga: eliminação precoce na Copa América

O primeiro tempo do Brasil foi o melhor dentre os seis tempos desta fase de grupos. Boa movimentação, agressividade e vontade de fazer gol. A entrada de Lucas Lima e Gabriel deixaram a equipe mais leve e aguda, mas também mais vulnerável.

Ofensivamente, foi bem melhor do que nos últimos jogos. Philippe Coutinho, solto e confiante, foi o maestro, Gabriel incomodou bastante a defesa adversária com boa movimentação e finalizações perigosas. William e Lucas Lima jogavam abaixo do que podem, enquanto Renato Augusto e Elias seguravam as investidas peruanas e apareciam pouco no ataque. Filipe Luis era a excelente válvula de escape. E as melhores chances foram criadas pelo trio Philippe, Gabriel e Filipe Luis.

O 0x0 nos primeiros 45 minutos foi injusto, ainda mais diante do pênalti não marcado em Lucas Lima. O Brasil merecia ir para o intervalo em vantagem.

Na segunda etapa, precisando vencer, o Peru foi para cima do Brasil e equilibrou o confronto. O duelo ficou aberto.

E a péssima arbitragem validou um gol vergonhoso de braço que colocou o Peru em vantagem.

Nos acréscimos, Elias perdeu uma chance incrível, na pequena área, sozinho.

A eliminação precoce em um grupo com Equador, Peru e Haiti é mais um vexame para a conta de Dunga, um dos piores treinadores que o Brasil já teve.

Notas

Alisson: teve pouco trabalho. Nota 6.

Daniel Alves: abaixo do que pode jogar, pouco atacou e errou todos os cruzamentos. Nota 5.

Miranda: sem ritmo, foi envolvido em alguns ataques peruanos. Nota 5,5.

Gil: seguro e discreto. Nota 6.

Elias: igual a Gil, mas perdeu gol claríssimo. Nota 5.

Renato Augusto: foi razoável na marcação e não atacou muito. Nota 5,5.

Lulas Lima: ficou devendo. Não foi o jogador habilidoso e decisivo que se espera. Nota 5.

Gabriel: brigou muito com a defesa peruana e criou boas chances. Sumiu no segundo tempo. Nota 6.

Hulk: entrou e não acrescentou nada. Nota 4.

Dunga: conseguiu melhorar o time em relação aos demais jogos, mas o Brasil segue longe do que deveria apresentar. Perdendo, foi covarde suficiente para não mudar o time. Mais um vexame histórico para sua conta. Nota 0.

Palmeiras faz a lição de casa e bate concorrente ao título

Time que quer ser campeão tem que vencer os concorrentes diretos ao título, principalmente jogando em casa. E foi isso que o Palmeiras fez diante do Corinthians no Allianz Parque.

O primeiro tempo foi equilibrado e disputado em segunda marcha, com poucas chances de gol, muita garra e vontade, mas pouca inspiração de ambos. O Corinthians foi levemente superior, embora a melhor chance de gol tenha sido desperdiçada por Gabriel Jesus, do Palmeiras. Giovanni Augusto também perdeu boa oportunidade cara a cara com Fernando Prass.

Na segunda etapa, o jogo foi bem diferente: muita correria e várias chances de gol, com direito a bola na trave palmeirense em chute de Guilherme e gol palestrino de Cleiton Xavier, que havia acabado de entrar em campo.

O Palmeiras tem o elenco mais recheado do país e um bom treinador, ingredientes que fazem do time um dos favoritos ao título do Campeonato Brasileiro. Vencer em casa é obrigação para uma equipe com esses elementos. Mas, é bom Cuca se atentar: sem o Cleiton Xavier, que se lesiona muito, o Palmeiras fica sem imaginação no meio-de-campo e os atacantes têm que exercer dupla função: atacante e armador. Com CX, o Palmeiras é um time mais agudo, organizado e letal. Cuca precisa achar um modo de jogar sem ele, para evitar perder pontos em duelos nos quais Cleiton estiver no Departamento Médico.

Já o Corinthians tem um elenco mais enxuto e não tão qualificado, mas tem o melhor treinador do Brasil e que sabe como disputar pontos corridos. Tirar pontos dos adversários quando atuar como visitante é fundamental para seguir disputando o topo da tabela, mas hoje o alvinegro não foi capaz disso.

País de Gales: futebol limitado, mas histórico

A vitória de País de Gales em seu retorno à Eurocopa após quase 60 anos longe da principal competição européia entre seleções foi merecida. O 2x1 sobre a Eslováquia foi um prêmio à seleção que mais atacou.

O jogo tecnicamente foi fraco, mesmo com a presença dos galeses Bale e Ramsey e do eslovaco Hamsik. As duas seleções jogam de maneira pragmática, buscando não sofrer gols e, se der, resolver a partida em um lance individual de suas estrelas. E com essas estratégia, Gales se deu melhor do que os estreantes eslovacos.

Gareth Bale marcou de falta, com ajuda do goleiro adversário, e foi o líder de Gales nesse confronto, se movimentando e buscando abrir espaços para os companheiros. Ramsey também foi bem, embora tenha errado passes demais. E o coadjuvante Kanu fez justiça ao placar,  enquanto Duda entrou para a história ao marcar o primeiro gol eslovaco na competição.

Mas, que os galeses não se empolguem: Gales apresentou um desempenho fraquíssimo e pode até passar de fase se conseguir tirar pontos da Rússia e não for goleado pela Inglaterra, mas não deve ir muito longe. Aproveite o retorno vitorioso à Euro. E, claro, pode sonhar, pois no futebol, nem sempre o melhor vence. O Leicester está aí para provar isso.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Arrogante, Brasil cumpre a obrigação e goleia o Haiti

Sétima seleção no ranking da FIFA contra a 71ª primeira. Cinco títulos mundiais contra nenhum. Berço de craques como Pelé, Garrincha, Ronaldo e Romário contra uma seleção de anônimos. O duelo entre Brasil e Haiti é sempre desigual. E, pela Copa América Centenária, essa escrita se manteve.

O simbólico 7x1 refletiu bem o que foi o jogo. A seleção brasileira queria golear e entrou com uma postura diferente em relação ao jogo contra o Equador, atacando, chutando a gol.

E os gols foram saindo em sequência e justamente por quem queria mostrar serviço: Philippe Coutinho marcou três vezes, Renato Augusto outras duas e Gabriel e Lucas Lima balançaram a rede uma vez cada um.

Poderia ter sido mais, se alguns jogadores tivessem uma postura mais séria, casos de Daniel Alves e William, displicentes e arrogantes em campo, tirando o pé em divididas e optando por jogadas mais enfeitadas ao invés das mais objetivas. Essa postura contaminou os colegas, que tiraram o pé no segundo tempo.

No primeiro tempo, a partida foi ataque contra defesa, com Coutinho coordenando as principais jogadas ofensivas do Brasil. Casemiro novamente dava a segurança na defesa e a qualidade na saída de bola. E Renato Augusto, com boa movimentação, auxiliava na contenção do ataque haitiano e aparecia como elemento surpresa no ataque brasileiro.

Na segunda etapa, o Brasil voltou com o freio de mão puxado, sem intensidade, até que vieram as substituições.

Dessa vez, Dunga fez boas mudanças na equipe. Se ele estiver atento, percebeu que Jonas não é, nem de longe, o cara para assumir a camisa nove brasileira. E deve ter percebido que Lucas Lima é uma boa opção ofensiva, junto de seu parceiro de time santista, Gabriel.

Vencer o Haiti não habilita qualquer seleção a ser campeã, mas essa vitória serve para recuperar um pouco da confiança desses atletas e criar uma estima, uma personalidade nessa equipe. Era mais que necessário.

Notas

Alison: pouco exigido, não conseguiu evitar o gol haitiano. Nota 5,5.

Daniel Alves: parecia desconcentrado e displicente. Nota 4,5.

Gil e Marquinhos: sérios e seguros. Nota 6.

Filipe Luis: discreto. Nota 5,5.

Casemiro: vai ganhando a posição de titular. Eficiente e técnico. Nota 6,5.

Elias: discreto, apareceu algumas vezes no ataque. Nota 6.

Renato Augusto: boa movimentação, participativo e autor de dois gols. Nota 7,5.

William: postura igual à de Daniel Alves, mas mais participativo. Nota 5,5.

Philippe Coutinho: melhor atuação dele com a amarelinha e o melhor em campo com três gols e muita participação(movimentação, passes e finalizações). Nota 8,5.

Jonas: esforçado. E só. Não é o cara para ser o dono da nove do Brasil. Nota 5.

Gabriel: entrou, correu, tabelou, chutou e marcou o seu gol. Nota 7.

Lucas Lima: igual ao Gabriel. Nota 7.

Wallace: estreia discreta. Nota 5,5.

Dunga: armou e mexeu bem o time. Fez o que tinha que fazer contra uma seleção limitada. Nota 7,5.

domingo, 5 de junho de 2016

Flamengo e Palmeiras protagonizam belo duelo em Brasília

Flamengo e Palmeiras fizeram um belo jogo em Brasília, em um dos elefantes brancos da Copa de 2014, o estádio Mané Garrincha.

O confronto começou em ritmo alucinante, com dois gols em cinco minutos, um para cada lado (Gabriel Jesus para o Palmeiras e Alan Patrick para o Flamengo) e mais duas oportunidade de gol nesse período. Ou seja, bem mais do que nos 90 minutos do duelo entre Brasil e Equador pela Copa América Centenária.

O confronto foi bem aberto, com os dois times usando a mesma tática: muita velocidade e troca de passes, sempre em busca do gol. Os goleiros Fernando Prass e Muralha trabalharam bastante para evitar que a rede balançasse mais.

O ritmo intenso seguiu até o final dos 45 minutos iniciais, com mais algumas chances de gol criadas pelas duas equipes e boas defesas dos dois goleiros.

No segundo tempo, o mesmo ritmo, as mesmas propostas e mais 45 minutos de uma ótima partida.

O Palmeiras foi prejudicado por não ter um pênalti marcado a seu favor. Mas teve outro muito bem marcado, que culminou na justa expulsão do flamenguista César Martins, que literalmente defendeu um chute de Gabriel Jesus que fatalmente entraria. Jean não desperdiçou a chance de colocar o Palmeiras à frente no placar e garantir a vitória palmeirense por 2x1.

O Flamengo ainda merecia ter mais um expulso nos minutos finais: Márcio Araujo, por falta em Rafael Marques, que saía cara a cara com o goleiro flamenguista.

No final dos 90 minutos, quem esteve no estádio (quase 54 mil torcedores) ou assistiu o jogo pela TV ficou bem satisfeito. A proposta ofensiva das duas equipes foi um presente aos amantes do bom futebol.

O Palmeiras é forte candidato ao título. Tem um dos melhores elencos do país e está tomando forma sob o comando de Cuca.

Já o Flamengo mostrou força e futebol para brigar na parte de cima da tabela. Não tem time para disputar o título, mas com reforços pontuais e ganhando pontos importantes contra os demais candidatos ao primeiro lugar, pode sonhar com a disputa pelo G4. Hoje, o meio de tabela é justo.

Brasil x Equador : movimentação brasileira é boa, mas falta personalidade

Brasil e Equador fizeram uma partida bem disputada e movimentada na estreia de ambos na Copa América Centenária. Apesar da intensa movimentação, troca de passes e das poucas faltas, foram poucas as chances de gol criadas pelas duas seleções. O zero a zero foi justo pelo equilíbrio e pelas poucas finalizações.

O Equador tem um ataque de muita força física e velocidade e procurou explorar isso. Mas a defesa brasileira conseguiu conter bem os ataques equatorianos.

Já o selecionado do Brasil teve o domínio da posse de bola e trocou quase 400 passes, mas faltou o fundamental: chutar a gol. Falta personalidade a essa seleção, falta aquele cara que chama a responsabilidade e diz: toca pra mim que eu resolvo.

Notas:

Alisson: pouco exigido, falhou em um lance, mas a arbitragem ajudou e anulou um gol legal do Equador. Nota 5,5.

Daniel Alves e Filipe Luis: apareceram pouco na partida e não comprometeram nem desequilibraram. Nota 6 para os dois.

Marquinhos e Gil: seguros, conseguiram conter bem os ataques equatorianos. Nota 6,5 para ambos.

Casemiro: seguro e tranquilo para desarmar e iniciar os ataques. Nota 6,5.

Elias: discreto, movimentou-se bastanre, mas perdeu grande chance de gol no início do jogo. Nota 5,5.

Renato Augusto: sumido no jogo, atuou bem abaixo de seu potencial. Nota 5.

William: boa movimentação, ofensivo e criador de boas jogadas. Um dos melhores do Brasil em campo. Nota 7.

Philippe Coutinho: discreto, não brilhou como faz no Liverpool. Nota 6.

Jonas: isolado no ataque, recebeu poucas bolas e participou pouco do jogo. Nota 5,5.

Gabriel: entrou para dar mais agressividade, mas pouco acrescentou. Nota 5,5.

Lucas Moura: entrou bem e incomodou a defesa do Equador. Nota 6,5.

Lucas Lima: pouco tempo em campo para mostrar algo. Sem nota.

Dunga: colocou o time para tocar e manter a posse de bola, mas faltou finalização, ofensividade. O Brasil precisa querer fazer gol. Nota 4,5.

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