Jogadora de futebol feminino do Centro Olímpico e da Seleção Brasileira Sub-20. Artilheira e melhor jogadora da Copa Ouro 2016 e autora do gol do título Sul-americano Sub-20 contra a Argentina.
Uma das maiores apostas do futebol feminino brasileiro, Marjorie Castro tem se destacado dentro das quatro linhas e também fora dela. Convocada para as seleções de base desde os 15 anos, hoje, aos 19, Marjorie começa a despontar entre as atletas profissionais. E se dentro de campo as conquistas começam a aparecer, fora dele a jovem jogadora também já curte o sucesso: nas redes sociais, milhares de seguidores acompanham a carreira dela.
Em entrevista ao programa Nova Esportes, da rádio Nova Difusora, Marjorie falou sobre a paixão pelo futebol, os desafios de uma atleta no Brasil e planos para um futuro não tão distante.
A relação com o esporte vem de família: o pai, Eric, era jogador de Rúgbi, a mãe, Eduarda, era bailarina e o irmão caçula, Erik, também busca o sucesso no futebol. "Desde pequena sempre amei jogar futebol. Na escola, briguei por que queria jogar futebol com os meninos, mas a escola não deixava que meninos e meninas jogassem juntos. Falei: ou jogo com os meninos, ou não vou participar das aulas de educação física. E acabaram me liberando para jogar futebol com eles", conta.
A oportunidade para jogar em um time surgiu ao acaso. "Eu estava na praia jogando com meu irmão, quando um homem que eu não conhecia apareceu e pediu para eu chamar meu pai. Ele era um representante do Centro Olímpico e me convidou para fazer um teste no time".
Daí em diante, Marjorie passou a se dedicar a carreira como jogadora. Versátil, começou como atacante, mas hoje joga como meia-atacante. "Gosto de ir para cima e infiltrar na defesa adversária. Também tenho bom chute", afirma.
Com o apoio da família, a loira de olhos claros se prepara para ampliar seus horizontes. Além de se dedicar nos treinos, ingressou na faculdade de jornalismo. O foco: jornalismo esportivo.
Mas, nem tudo são flores quando o tema é futebol feminino. O técnico de Marjorie no Centro Olímpico, Jonas Urias, já havia citado obstáculos históricos nessa modalidade, como a falta de apoio e investimentos. E Marjorie, além de confirmar as palavras de Urias, completou: "A gente joga em cada lugar... Tem vestiário que não dá para usarmos os sanitários. Fora que alguns campos são puro barro. E as categorias de base praticamente não tem campeonatos para disputar", lamenta.
Por isso, seguir carreira no exterior está nos planos da talentosa jogadora.
Fica a nossa torcida para que, um dia, o futebol feminino brasileiro tenha, pelo menos, o mínimo de estrutura para reter talentos como a Marjorie, com campeonatos bem organizados, investimento adequado, apoio das autoridades públicas, das empresas privadas e dos torcedores, e também bons estádios para que elas mostrem o talento com a pelota. Hoje, infelizmente, a realidade é muito cruel com essas meninas.
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