segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Santos revoluciona o futebol brasileiro

Janeiro de 2019. Santos (SP). Uma contratação arriscada. Ousada. Mas que mudou os rumos do futebol brasileiro. Dessa maneira foi a chegada de Jorge Sampaoli ao Santos, uma contratação que mudou a forma dos times brasileiros verem os treinadores e começar em a se perguntar: quem eu quero comandando minha equipe?

Sampaoli estava sem mercado, após péssima Copa do Mundo pela Argentina.  Mas seu estilo ofensivo era "a cara do Santos". Mesmo em crise financeira e, aparentemente, vendendo uma ilusão ao treinador, trouxe o argentino que encaixou muito bem as poucas peças que tinha à disposição. 

O Santos não apenas jogava, mas encantava pelo "amor ao balón". Era o técnico certo para o clube certo. Já foi assim com Tite no Corinthians e o Santos retomava esse raciocínio com mais força. Era realmente uma busca não apenas por um técnico, mas por um treinador que tivesse um estilo de jogo que fosse "a cara" do clube.

Deu certo. Muito certo. Embora não tenham vindo títulos, o novo, o pensamento diferenciado picou os dirigentes santistas e não só eles.

O Flamengo,  com um elenco milionário,  tirou Abel Braga e seguiu o exemplo santista: foi atrás de um técnico diferente, que pensasse de outra maneira e pudesse trazer novas ideias. Deu certo. Mais certo do que Sampaoli, pois não bastava jogar bem, vieram recordes e títulos do Brasileiro, Libertadores e o vice Mundial. 

Agora, sem Sampaoli, o Santos vai atrás de outro técnico que tenha o perfil do time: ofensivo, que proponha o jogo é se recuse a parar de atacar. Jesualdo pode dar errado. Pode dar certo. Mas é fato que ver dirigentes estudando , de verdade, treinadores de acordo com suas propostas de jogo e ideias para se montar um time é sensacional. O futebol brasileiro respira. 

E o Santos é o responsável por trazer esse oxigênio que pode tirar o futebol brasileiro do marasmo e das covardes retrancas que deixavam as partidas horrorosas. Têm os talentos por aqui. Podemos jogar um bom futebol.

Sampaoli e Jesus mostraram isso.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Os santistas estão orgulhosos




Perder para um rival é ruim. Ser eliminado de um torneio por um rival é horrível.

E nessa terça-feira (09), o gosto amargo paira sobre todos os santistas pela eliminação do Campeonato Paulista.

Mas, mesclado a esse gosto amargo, um orgulho, que como já antecipa o hino do clube, nem todos podem ter.

O futebol jogado pelo Santos de Sampaoli é de encher os olhos. Um futebol que combina com o DNA santista: ofensivo, em busca do gol, da magia futebolística em sua essência.

Uma pena que o futebol é, como todos já sabem, injusto, muitas vezes.

Nessa segunda, não parecia um clássico, diante da impressionante superioridade santista.

Foi um verdadeiro bombardeio à meta adversária, como até então eu não lembro de ter visto em clássicos (mesmo no fatídico 1x7, ou no 6x0 que o alvinegro da capital aplicou sobre o rival do Morumbi, ou no 5x1 que o próprio Santos emplacou sobre o time do Parque São Jorge, em noite inspirada de Gabigol).

As estatísticas comprovam isso, a ponto de que o presidente do alvinegro paulistano afirmou que foi a pior partida que ele viu seu time jogar na história.

Ou melhor, não jogou. Apenas uma equipe jogou no Pacaembu.

A vitória magra e a derrota nos pênaltis custou não só a eliminação do Santos, mas foi uma derrota do futebol ofensivo e da equipe que se propôs a jogar.

Nada contra esquemas defensivos. Pelo contrário, faz parte do espetáculo e é interessante ver estratégias diferentes se confrontando. O que não faz parte é abdicar de jogar.

Enfim, nessa terça-feira, os santistas acordam tristes pela eliminação, mas orgulhosos pelo futebol que sua equipe joga, mesmo com elenco enfraquecido pela péssima gestão do clube.

Com Sampaoli dirigindo essa equipe, o Santos tem um time que dá gosto de ver. Que encanta e joga um futebol que não só os santistas, mas que todos gostam de assistir.

A bola não para. E quinta-feira o Santos tem a oportunidade de curar a ressaca e mostrar que tem futebol para ir longe na Copa do Brasil.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Primeiro empate do Santos de Sampaoli

O primeiro empate em jogos oficiais do Santos de Sampaoli deixou alguns aprendizados.

Diante do River do Uruguai,  o Santos mostrou o quanto precisa de um lateral-esquerdo, de mais um meia armador e um centroavante.

O Peixe jogou melhor e criou mais chances, mesmo atuando em solo uruguaio, para um público vergonhoso: se chegou a 100 pessoas, foi muito.

Mas, as deficiências, principalmente na lateral-esquerda e na conclusão das jogadas comprometeram um resultado melhor.

A expulsão de Orinho no meio da segunda etapa fez com que o 0x0 ficasse de bom tamanho para o clube brasileiro. Mas, deixou um gosto amargo, pois a vitória era possível.

No Brasil, sem público devido à punição da Conmebol,  o Santos é favorito e tem mais time para avançar. Porém,  não pode deixar as falhas superarem as qualidades. Para isso, precisa aproveitar melhor as oportunidades que criar.

Destaques
Vanderlei,  Vitor Ferraz, Gustavo Henrique,  Carlos Sanchez, Alisson e Jean Mota foram bem em suas funções e formam a base da Boa fase santista em 2019.

Orinho e Soteldo não aproveitaram a oportunidade. O lateral, principalmente, errou passes, foi expulso e comprometeu a atuação santista. Tem potencial, mas está devendo em seu retorno ao Santos. Já Soteldo não mudou o panorama do jogo, apareceu pouco na partida e foi prejudicado pela expulsão de Orinho,  já que ficou sobrecarregado no meio-campo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O Mar Está Para Peixe

Há muito tempo os santistas não ficavam tão eufóricos.

Parecia que 2019 seria um ano aterrorizante, sem estrelas, com elenco limitado e enfraquecido, sem dinheiro para realizar grandes contratações e uma política esquizofrênica criando o caos no clube.

Mas, um "tal" de Jorge Sampaoli, em três jogos, fez as expectativas mudarem.

Com um estilo de jogo que combina com o DNA ofensivo do Santos, em apenas um mês, ele montou um time que corre atrás do gol, cria jogadas e gerou uma "ilusão" nos santistas.

O elenco, nem de longe, está entre os melhores. Mas, o treinador botou os "caras" para treinar. Para correr. Para suar a camisa.

E os resultados começam a aparecer, com uma equipe consciente, aguerrida, que deixa a alma em campo e se esforçando ao máximo par fazer a jogada certa, com carinho e capricho.

Contra Ferroviária e São Bento, apesar das vitórias e cinco gols marcados e nenhum sofrido, havia a contestação e desconfiança: estão jogando bem por que é contra time pequeno (embora ambos tradicionais e com ricas histórias).

Mas, diante do São Paulo, classificado para a Libertadores e fortalecido com contratações de peso, o que se viu foi um alvinegro surpreendente, sufocante e imponente.

O Santos tem um padrão tático. Tem jogadas ensaiadas. Tem fôlego. Tem vontade e gana. E tem disciplina tática.

O que se viu foi um time de verdade, que dá gosto de ver (sem clubismo).

Aos santistas, um alento em meio ao caos que o clube vive com seus executivos.

Mas, que a ilusão não engane: o time precisa de reforços. Precisa de opções para as laterais, para o meio-campo e para o ataque.

Sampaoli precisará de peças de reposição para manter o time jogando em alto nível e para mudar de esquema quando os adversários complicarem.

Mas, ao menos 2019 começou de maneira jamais pensada por qualquer santista. São três vitórias em três jogos (incluindo um clássico), com sete gols marcados e nenhum sofrido.

Se a expectativa era de um ano duro e lutando contra o rebaixamento, ao menos em janeiro o gosto aos santistas é de que o Santos poderá pensar em coisas maiores.

E com Sampaoli no comando, é possível imaginar um time mais competitivo do que parece no papel.

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