Santos e Goiás se enfrentaram no Serra Dourada com objetivos bem distintos.
Sem um treinador efetivo, o time paulista apenas cumpria tabela, enquanto a equipe goiana lutava para cumprir uma missão impossível: fugir do rebaixamento.
O primeiro tempo da disputa foi bem morno, sem muitas chances de gol, com muitos passes errados.
E o Goiás foi quem se deu bem, pois abriu o placar ainda na primeira etapa, explorando a maior deficiência santista: o jogo aéreo.
Para variar, a zaga santista não conseguiu cortar um cruzamento e o time goiano iria para o intervalo com a vantagem. (segundo a reportagem da Sportv, esse foi o 16º gol de cabeça que o Peixe sofreu na competição, de um total de 46).
Mas, o Peixe empatou ainda no primeiro tempo em um belo gol de Danilo, que invadiu a área pela direita, driblou o zagueiro e chutou cruzado.
Na segunda etapa, o Goiás parecia ter se conformado com o rebaixamento. E o foco do Esmeraldino parecia estar mesmo no jogo decisivo contra o Palmeiras pela Sulamericana.
A equipe da casa não mostrava força ofensiva nem defensiva e virou presa fácil.
Foi só o armador Marquinhos sair para o Peixe desandar a criar chances e marcar gols.
Marquinhos, aliás, que atuou como sempre: não marcou os adversários, não criou chances de gol nem armou jogadas de ataque e foi uma peça nula em campo.
O jovem Felipe Anderson entrou na equipe substituindo o meia e o Peixe foi para cima.
Com muita correria e habilidade, a dupla Neymar / Felipe Anderson deixou a zaga goiana em desespero.
E o talento de Neymar sobrou em campo ao marcar três gols e sacramentar o rebaixamento do Goiás para a Segunda Divisão.
O garoto ainda poderia ter marcado mais um e Zé Eduardo poderia ter deixado sua marca, mas os dois desperdiçaram as oportunidades, ambas criadas após jogadas de Felipe Anderson, que ainda obrigou Harlei a fazer uma complicada defesa.
No final, o 4x1 para o Santos deixou alguns recados para o novo treinador santista, Adilson Batista:
A zaga segue sendo o ponto fraco do time da Baixada Santista. A dupla Dracena/Durval não funciona, pois eles não cortam nem um cruzamento e mesmo quando a jogada é rasteira, os dois não se encontram, o posicionamento é péssimo.
Não é à toa que Pará e Léo têm falhado tanto quando jogam com a dupla, pois os dois laterais têm que cobrir o buraco deixado no miolo da zaga. Aí fica díficil.
Outro recado: Marquinhos e Rodriguinho não têm condições de serem jogadores do Peixe. Nem como reservas.
Rodriguinho é um volante que não sabe marcar, entra muito duro nas jogadas e muitas vezes exagera na "botinada".
Marquinhos, como já foi escrito nesse texto (e nesse blog inúmeras vezes), não sabe marcar, não arma jogadas, não acerta passes, não deixa os companheiros em situação de gol, não acerta uma cobrança de escanteio ou de falta (com excessão a da final da Copa do Brasil) e, ainda por cima, fica reclamando que não é titular.
Outra mensagem: Zé Eduardo é uma ótima opção para vir do banco. Como titular ele ainda é irregular e comete muitas falhas. Mas tem crédito e merece ficar no grupo que vai disputar a Libertadores.
E, por fim, o novo técnico do Santos tem que utilizar os jogadores da categoria de base.
Alan Patrick e Felipe Anderson, quando jogaram, produziram muito, mas muito mais do que Marquinhos e Mádson.
O ótimo volante Adriano mostrou muito futebol e merece um voto de confiança. Ele evoluiu muito após ficar um período emprestado e apresentou um futebol de qualidade muito superior ao apresentado por Rodriguinho e Rodrigo Mancha, por exemplo. Pode formar uma dupla promissora e segura com Arouca.
O goleiro Rafael tem que continuar como titular, mas precisa de um bom reserva para brigar pela posição. E Fábio Costa nem pensar, a diretoria tem que negociá-lo logo. A Muralha da Vila já não faz mais as grandes defesas que o tornaram ídolo e, ainda por cima, é um atleta que normalmente cria polêmicas com o grupo.
A base do time está aí.
Rafael, Pará, Danilo, Léo, Durval, Vinicius, Alex Sandro, Arouca, Adriano, Felipe Anderson, Ganso, Neymar e Zé Eduardo são jogadores que provaram nesse ano que podem ajudar muito o Santos.
Keirrison, Mádson, Roberto Brum, Breitner, Bruno Aguiar, Bruno Rodrigo e Maranhão ainda precisam jogar mais para provarem que merecem ficar no Santos na próxima temporada.
Marcel, Marquinhos, Rodriguinho, Zezinho, Tiago Luis e Edu Dracena fizeram uma péssima temporada e é bom a diretoria avaliar se vale mesmo manter os atletas para a disputa da Libertadores, pois nenhum deles jogou o suficiente para se tornar peça importante para o time.
Adílson terá que observar e indicar reforços pontuais.
Com bons reforços para as posições mais carentes, o Santos poderá formar um time muito competitivo em 2011.
É esperar para ver o que a diretoria e o técnico farão nos próximos dois meses.
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