Nenhum torcedor palmeirense poderia imaginar o que aconteceria com o Palmeiras após a virada do milênio.
A década de 90 foi muito boa para o clube, que ganhou quase tudo, como Paulistão, Brasileiro e Libertadores.
Mas, vieram os anos 2000 e a maré não foi boa para o time do Palestra Itália.
De 2000 até 2010 o Verdão passou por vexames históricos, como o rebaixamento para a Segunda Divisão nacional em 2002, a eliminação da Copa do Brasil para o ASA de Arapiraca (2002) e a inacreditável derrota para o Vasco na final da Copa Mercosul, em 2000.
Além disso, os títulos viraram raridade nos anos 2000 e o clube só ergueu quatro taças: a Copa dos Campeões e o Torneio Rio-São Paulo de 2000, o Paulistão de 2008 e a Série B de 2003.
Em 2009, parecia que a ausência de títulos de grande relevância acabaria, mas o time desandou na reta final do Brasileirão e nem se classificou para a Libertadores, em uma queda memorável e dramática (para os palmeirenses).
O ano de 2010 chegou e o Verdão começou mal a temporada: não conseguiu nem se classificar para a semifinal do Campeonato Paulista.
Para piorar, o Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético Goianiense de forma bizarra, em casa, ao ser derrotado nas cobranças de pênaltis por 2x1.
A má campanha no Brasileirão preocupava, mas a chegada de Felipão, Kléber e Valdívia encheram o coração dos palmeirenses de esperança.
Porém, o time não engrenou, custou a engatar uma boa sequência de jogos e, precocemente, se viu fora da disputa pelo título nacional.
Pouco depois o Verdão também viu a chance de se classificar para a Libertadores pelo Brasileirão minguar.
A esperança palestrina, então, virou a Copa Sulamericana.
O campeonato continental era o título que o torcedor palmeirense precisava para salvar a década de vacas magras: classificaria o time para a Libertadores e seria uma conquista de grande expressão após onze anos.
E tudo parecia conspirar a favor do Palmeiras.
Primeiro por que o adversário, o Goiás, foi rebaixado antecipadamente para a Série B do Brasileirão.
Segundo por que o Palmeiras venceu o primeiro duelo da semifinal contra o time goiano por um a zero em pleno Estádio Serra Dourada.
E no jogo da volta, no Pacaembu, bastava um empate para o alviverde palestrino chegar à final da competição.
O gol de Luan, no primeiro tempo, parecia decidir a classificação do Palmeiras, mas o gol do Goiás, nos acréscimos da primeira etapa, parecem ter acabado com o emocional dos jogadores palmeirenses.
No segundo tempo só deu Goiás, e o gol da classificação do time goiano veio aos 35 minutos com Ernando, de cabeça.
O Palmeiras passou os dez minutos finais "batendo cabeça" e não criou uma chance sequer de gol. E um golzinho só bastaria para o Verdão avançar às finais.
Mas a década realmente não foi do Palmeiras e a dolorosa eliminação foi apenas mais um vexame para a história do time do Palestra Itália.
Agora o Palmeiras precisa se reinventar, se renovar e reencontrar o caminho das conquistas.
2010 acabou para o Palmeiras e agora o clube tem que se planejar para não fracassar novamente em 2011.
Até quando a diretoria insistirá com Márcio Araújo, Vítor, Armero, Ewerton e Tadeu?
Até quando o gladiador Kléber sumirá nas decisões? O atacante foi um fiasco nos dois duelos contra o Goiás. Assim como tinha sido péssimo no duelo contra o São Paulo, pela Libertadores, quando ainda defendia o Cruzeiro.
Até quando Valdívia desfalcará a equipe?
Até quando o clube ficará sem um "matador", sem um atacante que meta medo nos adversários?
Já passou a hora da diretoria palmeirense agir.
Um clube com a grandeza e com a história do Palmeiras não pode se contentar com um Paulistão e uma Série B ao longo de nove anos.
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