Tem coisas no futebol que são meio complicadas de se entender, como por exemplo, por que a FIFA permanece na Idade das Pedras e não utiliza a tecnologia para evitar injustiças, como anular um gol erroneamente ou validar um gol que não ocorreu.
Mas, a Confederação Brasileira de Futebol também não fica atrás.
Tem uma regra que não permite que um jogador atue por um clube se ele jogar em outro país e for contratado "antes da abertura da janela".
Ou seja. O time contrata o jogador em abril para disputar o Brasileirão, torneio com duração de seis meses, mas não pode escalá-lo antes de AGOSTO! São quase quatro meses que o atleta fica impossibilitado de trabalhar.
Além do prejuízo ao jogador, que perde ritmo de jogo e demora mais para se entrosar, o clube e os torcedores também são prejudicados. Afinal, o clube tem que pagar esses quatro meses de salário e o atleta, que poderia ajudar a equipe, não pode atuar. Desse modo, o que se vê são times enfraquecidos disputando o torneio.
Já o torcedor quer ver bons jogadores, belas jogadas e muitos gols. E paga por isso. Mas acaba impossibilitado de ver o reforço do clube de coração por causa dessa regra.
Por outro lado, as administrações dos clubes também têm responsabilidade nessa história. Primeiro por que pode não ter havido um bom planejamento para a temporada. Um campeonato tão longo como o brasileiro exige um elenco grande e qualificado.
Segundo: se o atleta é tão importante, por que vendê-lo antes do fim do campeonato? Ou por que negociá-lo antes de agosto? Afinal, a regra sempre esteve lá... Não adianta vender um bom atleta, contratar outro logo em seguida e ficar choramingando que não pode escalá-lo antes de agosto.
Mas, como quase todos sabem, os times brasileiros precisam vender os atletas para pagar a dívida, os salários dos atletas e blá, blá, blá...
O detalhe é que os atletas são vendidos, mas a dívida permanece crescendo né?
E por que as administrações não fazem negócios melhores? Por que os clubes não elaboram ações visando arrecadar dinheiro para sanar essas dívidas? Algum clube já pensou em abrir uma conta poupança e pedir a doação mensal de R$1 (um) real de cada torcedor? Todo o dinheiro arrecadado com essas doações seria utilizado exclusivamente para pagar as dívidas. Será que é tão difícil fazer algo do tipo?
E, insisto, os jogadores de futebol do Brasil são muito mal vendidos.
O São Paulo vendeu o Kaká por apenas US$ 8 (oito) milhões ao Milan. Poucos anos depois o passe dele já estava valendo quase dez vezes mais.
Recentemente o Santos vendeu o atacante André para o Dinamo de Kiev por apenas US$ 8 (oito) milhões, sendo que a multa rescisória dele era de US$35 milhões!
Essas duas vendas são só pequenos exemplos de como os dirigentes brasileiros não sabem negociar os atletas. A impressão que se passa é que os jogadores são vendidos na primeira oportunidade.
E, às vezes, grandes talentos acabam sumindo devido à pequena expressão do time comprador, como o caso de Guilherme, artilheiro do Cruzeiro que fez sucesso em 2008 e 2009 e foi vendido para o Dinamo de Kiev.
Ou seja, é péssimo negócio para o clube, que lucra pouco, e para o jogador, que poderia ir para uma equipe mais tradicional, com chances de ganhar melhores salários.
E quem perde, de verdade, são os torcedores, que vê os bons jogadores indo embora após serem negociados à preço de banana e seu time penando nos torneios e se afundando em dívidas cada vez mais impagáveis...
Como diria um famoso narrador global: haja coração, amigo...
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