quinta-feira, 29 de julho de 2010

A um passo do título

O Santos largou na frente na disputa pelo título da Copa do Brasil contra o Vitória.

Jogando na Vila Belmiro, o Peixe não deu chances para o time baiano e venceu por dois a zero, gols de Neymar, de peito, e Marquinhos, de falta.

Porém, o jogo nem parecia uma final, pois o Vitória tomou um sufoco dos santistas, não criou uma oportunidade sequer de gol e saiu no lucro por ter levado apenas dois gols.

O problema é que apesar do rival ter feito uma péssima partida, o time da baixada fez apenas dois gols e desperdiçou pelo menos cinco chances claras de marcar outros, deixando aberta a disputa pelo título. Afinal, jogando no Barradão o Vitória tem sido demolidor: venceu todas e não tomou um golzinho perante a torcida.

Os destaques positivos do Santos foram os dois laterais, Pará e Alex Sandro, que atacaram e defenderam muito bem, e o volante Arouca, que foi perfeito nos desarmes e anulou Ramón. Já o destque negativo foi a atuação do quarteto "santástico" - Ganso, Neymar, Robinho e André. Os quatro foram muito mal, desperdiçaram chances claras de gol, erraram muitos passes e finalizações e, em certos lances, abusaram do preciosismo.

Já o destaque do Vitória foi o goleiro Lee, reserva de Viáfara, que fez o que pode para brecar o ímpeto santista. O ponto negativo foi a fraca atuação coletiva da equipe inteira. Não atacaram nem defenderam bem e deram sorte de não terem sido goleados. O Vitória que esteve ontem na Vila foi estava irreconhecível.

Com a vitória por dois a zero, o Peixe conseguiu uma pequena vantagem para a partida decisiva. Quem pensa que o confronto já está definido está bem enganado. O time baiano tem bons jogadores, tem um bom esquema tático e, jogando em casa, com o apoio de 50 mil torcedores, vai com tudo para cima do Santos buscanco um resultado nada impossível.

Emoção não vai faltar na próxima quarta-feira.

* Neymar precisa treinar mais cobranças de pênaltis. E o Robinho deveria ter chamado a responsabilidade e ter feito a cobrança.

* Marquinhos mostrou mais uma vez por que é importante para a equipe (e queimou de vez minha língua). O jogador pode não ser um craque e até esteja rendendo bem abaixo do esperado, mas a liderança e o espírito coletivo do atleta mostram que ele é fundamental para o sucesso santista.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Haja coração!

Tem coisas no futebol que são meio complicadas de se entender, como por exemplo, por que a FIFA permanece na Idade das Pedras e não utiliza a tecnologia para evitar injustiças, como anular um gol erroneamente ou validar um gol que não ocorreu.

Mas, a Confederação Brasileira de Futebol também não fica atrás.

Tem uma regra que não permite que um jogador atue por um clube se ele jogar em outro país e for contratado "antes da abertura da janela".

Ou seja. O time contrata o jogador em abril para disputar o Brasileirão, torneio com duração de seis meses, mas não pode escalá-lo antes de AGOSTO! São quase quatro meses que o atleta fica impossibilitado de trabalhar.

Além do prejuízo ao jogador, que perde ritmo de jogo e demora mais para se entrosar, o clube e os torcedores também são prejudicados. Afinal, o clube tem que pagar esses quatro meses de salário e o atleta, que poderia ajudar a equipe, não pode atuar. Desse modo, o que se vê são times enfraquecidos disputando o torneio.

Já o torcedor quer ver bons jogadores, belas jogadas e muitos gols. E paga por isso. Mas acaba impossibilitado de ver o reforço do clube de coração por causa dessa regra.

Por outro lado, as administrações dos clubes também têm responsabilidade nessa história. Primeiro por que pode não ter havido um bom planejamento para a temporada. Um campeonato tão longo como o brasileiro exige um elenco grande e qualificado.

Segundo: se o atleta é tão importante, por que vendê-lo antes do fim do campeonato? Ou por que negociá-lo antes de agosto? Afinal, a regra sempre esteve lá... Não adianta vender um bom atleta, contratar outro logo em seguida e ficar choramingando que não pode escalá-lo antes de agosto.

Mas, como quase todos sabem, os times brasileiros precisam vender os atletas para pagar a dívida, os salários dos atletas e blá, blá, blá...

O detalhe é que os atletas são vendidos, mas a dívida permanece crescendo né?

E por que as administrações não fazem negócios melhores?  Por que os clubes não elaboram ações visando arrecadar dinheiro para sanar essas dívidas? Algum clube já pensou em abrir uma conta poupança e pedir a doação mensal de R$1 (um) real de cada torcedor? Todo o dinheiro arrecadado com essas doações seria utilizado exclusivamente para pagar as dívidas. Será que é tão difícil fazer algo do tipo?

E, insisto, os jogadores de futebol do Brasil são muito mal vendidos.

O São Paulo vendeu o Kaká por apenas US$ 8 (oito) milhões ao Milan. Poucos anos depois o passe dele já estava valendo quase dez vezes mais.

Recentemente o Santos vendeu o atacante André para o Dinamo de Kiev por apenas US$ 8 (oito) milhões, sendo que a multa rescisória dele era de US$35 milhões!

Essas duas vendas são só pequenos exemplos de como os dirigentes brasileiros não sabem negociar os atletas. A impressão que se passa é que os jogadores são vendidos na primeira oportunidade.

E, às vezes, grandes talentos acabam sumindo devido à pequena expressão do time comprador, como o caso de Guilherme, artilheiro do Cruzeiro que fez sucesso em 2008 e 2009 e foi vendido para o Dinamo de Kiev.

Ou seja, é péssimo negócio para o clube, que lucra pouco, e para o jogador, que poderia ir para uma equipe mais tradicional, com chances de ganhar melhores salários.

E quem perde, de verdade, são os torcedores, que vê os bons jogadores indo embora após serem negociados à preço de banana e seu time penando nos torneios e se afundando em dívidas cada vez mais impagáveis...

Como diria um famoso narrador global: haja coração, amigo...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Copa da Fúria

A Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, chegou ao final!

A seleção da Espanha acabou com a fama de "amarelona" e conquistou a primeira Copa do Mundo de sua história após uma final tensa contra a Holanda, agora três vezes vice-campeã mundial.

O gol de Iniesta no segundo tempo da prorrogação fez jus à seleção que quis ser campeã jogando futebol, não utilizando a violência, como infelizmente a Holanda fez na última partida.

Título merecido para coroar grandes jogadores como Casillas, Puyol, Xavi e Iniesta, entre outros dessa boa seleção espanhola.

A Holanda teve duas chances clarissímas para definir a partida com Robben, mas o atacante não marcou e tornou Casillas um dos heróis do jogo.

A Espanha também teve três oportunidades clares de abrir o placar, uma com Sérgio Ramos, outra Fábregas e mais uma com Iniesta. O último aproveitou e garantiu a taça.

Terminado esse Mundial, quais foram os destaques do torneio na sua opinião? Abaixo seguem as minhas:

A melhor defesa: Valladares, goleiro de Honduras, contra o Chile.

Gol mais bonito: Luis Fabiano, com auxílio dos dois braços e dois chapéus, contra a Costa do Marfim.

O craque: Forlán, do Uruguai, que chamou a responsabilidade e liderou a equipe Celeste no torneio.

A revelação: Muller, da Alemanha, um dos artilheiros da Copa.

A seleção surpresa: A invicta Nova Zelândia!

Jogo mais emocionante: Uruguai x Gana, pelas quartas-de-final.

O frango: Green, da Inglaterra, contra os Estados Unidos.

O gol mais perdido: Yakubu, da Nigéria, contra a Coréia do Sul.

O jogador que decepcionou: Cristiano Ronaldo, que não jogou nem 10% do que o mundo esperava.

A seleção decepção: prêmio dividido entre Itália e França, eliminadas na primeira fase como lanterninhas em seus respectivos grupos.

Fatos marcantes:

- Defesa do atacante uruguaio Luis Suares no último lance contra Gana.

- Lágrimas de Iker Casillas após o gol de Iniesta e o beijo do goleirão espanhol na namorada durante a entrevista ao vivo após a decisão contra a Holanda.

- Robinho revoltado gritando com os holandeses.

- As caras e bocas de Maradona.

- A torcida de Larissa Riquelme, que ganhou o mundo.

- A onda "Cala Boca Galvão" no twitter.

- As vuvuzelas que dominaram os estádios.

E você, concorda? Comente suas preferências.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Novamente o sonho do hexa é adiado

Demorou quatro anos para o torcedor brasileiro esquecer mais uma derrota dolorosa na Copa do Mundo. E agora os fanáticos torcedores da seleção pentacampeã mundial passarão mais quatro anos esperando pelo hexa.

Os 23 convocados se prepararam para uma guerra, comandados pelo general Dunga, que blindou seus comandados e os preparou para vencer batalhas diariamente.

Toda a nação, assim como em 2006, acreditava que a seleção estaria, no minímo, na final.

Mas alguma coisa estava estranha nos guerreiros que entravam em campo.

O drible dera lugar às armas. A alegria contagiante deu lugar à raiva arrebatadora. A magia que consagrou o futebol brasileiro foi substituída pela aplicação tática europeia.

Em campo estava a pesada camisa amarela que ostenta cinco estrelas. A única do mundo com esse brilho.

Brilho que sumiu diante de um técnico que até assumir o jaleco da seleção nunca havia dirigido nenhum time.

E começou aí a série de incoerências, que já são muito conhecidas do torcedor brasileiro. Torcedor esse que há anos atura Ricardo Teixeira como presidente "semi-vitalício" da CBF.

Dizem os especialistas em futebol que devem estar na seleção os melhores jogadores da atualidade. Mas não foi isso que Dunga fez.

Diziam os especialistas em futebol que a seleção precisava ter um elenco bom, não somente um time bom. Não foi o que Dunga fez.

Diziam os especialistas em futebol que Kaká não estava bem e precisava de um reserva, caso acontecesse alguma coisa com o craque da camisa dez. Não foi o que Dunga fez.

Diziam os especialistas em futebol, em 2006, que a seleção brasileira precisava ser renovada. Não foi o que Dunga fez.

O treinador priorizou o comprometimento com a seleção, mas, aparentemente, a habilidade, a técnica e a capacidade de decidir foram esquecidas por ele, Dunga.

O que todos os especialistas em futebol alertavam aconteceu. O craque Kaká não jogou nada e uma peça fundamental no esquema do treinador se contundiu: Elano.

O carregador de piano, polivalente e cobrador de faltas se machucou e deixou um buraco no meio-de-campo da seleção. A ausência de Elano sobrecarregou os volantes, o lateral-direito e, principalmente, o meia mais criativo da seleção, que voltava de contusão e estava aprimorando a forma física.

Nessa hora, o reserva entraria em ação. Ele seria o cara que poderia desequilibrar enquanto o titular não estivesse 100%. Ele daria um ânimo novo, um fôlego, quando Kaká não pudesse jogar uma partida inteira.

Jogadores para isso não faltam para o Brasil. Apenas para citar os que estavam em boa fase nessa temporada (afinal, futebol não é momento?): Ronaldinho Gaúcho (experiente) e Paulo Henrique Ganso (jovem que poderá jogar as próximas Copas se mantiver o nível de futebol apresentado). Dois atletas que poderiam, com uma jogada, decidir uma partida. Mas ambos ficaram assistindo à Copa pela televisão.

Mas, para substituir Kaká ou Elano, Dunga utilizou o lateral-direito reserva!

No ataque, quem poderia substituir o matador Luis Fabiano? Afinal, o Fabuloso estava voltando de contusão também. E o que se viu foi um camisa nove sem ritmo de jogo, errando domínios de bola, passes e finalizações. Seria interessante ter uma opção para dividir essa responsabilidade com ele. Mas Dunga abriu mão disso e levou um jogador que, historicamente, não tem como característica marcar gols - Grafite.

No Brasil, há uma lista enorme de matadores. Apenas para citar alguns: Fred, artilheiro do Fluminense, Diego Tardelli, artilheiro do Brasileirão 2009 pelo Atlético Mineiro, e Adriano, que cometeu muitas mancadas na vida pessoal durante a temporada 2010 no Flamengo, mas é um atleta que impõe medo aos adversários e vinha marcando seus golzinhos.

Outros atletas que atualmente não passam tanta confiança mas têm feito muitos gols e também poderiam ser convocados: Vagner Love, que desandou a fazer gols pelo Flamengo em 2010, Guilherme, precoce artilheiro do Cruzeiro que foi negociado com o exterior ano passado e André, centroavante clássico do Santos, jovem e com muito potencial. Mas Dunga optou por Grafite, um bom jogador, mas que não encaixava no esquema montado pelo treinador.

Na lateral-esquerda, nenhum dos convocados deu certo. Adriano, Marcelo, Michel Bastos, André Santos... E Dunga acabou convocando, de última hora, Gilberto, remanescente da Copa de 2006, quando era reserva de Roberto Carlos, que em 2010 jogou muito mais do que o MEIA do Cruzeiro.

Os dois convocados para a lateral-esquerda jogaram nos últimos anos como meias em seus clubes. Já que nenhum deles se encaixou na seleção, por que não levou um jogador experiente em Copas e que estivesse atuando na lateral?

Em uma seleção brasileira é inadmissível ter que improvisar jogadores em outra posição. Talvez, no mundo, o Brasil seja a única seleção que tem atletas de alta qualidade para todas as posições, contando titulares e reservas.

Mas o treinador não optou pelos melhores jogadores da atualidade. Optou apenas pelo comprometimento, fator, claro, que pesa muito em uam convocação. Só que não pode ser o único.

Afinal, Julio Baptista é reserva na Roma há muito tempo, assim como Doni. É inegável que ambos foram muito bem na Copa América, mas isso foi há quanto tempo? Três anos!

E o que há para se falar da convocação de Felipe Melo? Um jogador instável, com certa qualidade para sair jogando, mas que abusa da força nas divididas. Um jogador que por onde passou não deixou saudade.

E a tal da renovação... Lucio, Juan (a melhor dupla de zaga do mundo), Gilberto, Gilberto Silva, Kaká e Robinho integravam o grupo que fracassou em 2006 e já passaram dos 28 anos (com exceção de Robinho, que tem 26). Kleberson, hoje com 31 anos, já havia disputado a Copa de 2002. Elano, Maicon, Julio Baptista e o zagueiro Luisão têm 29 anos; Josué, Grafite e Luis Fabiano têm 30. Os goleiros também já estão com uma idade alta: Doni e Julio César têm 31, enquanto Gomes tem 29. Daniel Alves tem 27. Felipe Melo, Nilmar e Michel Bastos têm 26.

Ou seja, dentre os convocados temos apenas dois jogadores abaixo dos 25 anos ou têm essa idade: Ramires e Thiago Silva.

Na Copa do Mundo que será realizada no Brasil, em 2014, poderemos ter uma seleção totalmente diferente dessa, com um ou outro remanescente do torneio disputado na África.

Será que Kaká, Robinho e Luis Fabiano, que estarão na casa dos trinta anos, estarão jogando o bolão que jogaram nessa temporada? E os zagueiros? Lucio e Juan continuarão com esse ritmo de jogo? Os goleiros continuarão fechando o gol?

Ou seja, o planejamento todo fracassou. Dunga, quando questionado se não levaria ninguém para "ganhar experiência" para a próxima Copa respondeu que só pensava em 2010.

Pois é, ele fracassou, não conquistou o título, não renovou a seleção e, talvez, o meio de campo e o ataque inteiro da seleção brasileira em 2014 estejam debutando em Copa do Mundo.

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