quinta-feira, 15 de abril de 2010

A magia do futebol

Em 2010, a magia voltou ao futebol, depois de ficar alguns anos escondida.

Muitos times montam elencos fortes, com ótimos, inteligentes, habilidosos e decisivos jogadores e com eles conqusitam diversos títulos.

Mas, poucos no mundo têm a capacidade de encantar como faz o time da Vila Belmiro.

O Real Madrid sempre montou elencos "galáticos", recheado de estrelas.

Manchester United, Juventus, Inter de Milão, Milan e Chelsea sempre tiveram equipes competitivas, muito aplicadas taticamente.

Mas você não ouve ninguém falando que esses times jogaram bonito em algum momento da vencedora história deles. Essas e outras equipes praticaram (e praticam) um futebol campeão, vencedor, mas que não encantava (nem encanta) pela arte, mas sim pelos troféus.

Na América do Sul, qual time praticou um futebol que atraiu a atenção de todo o mundo devido ao espetáculo que era exibido em cada partida? São Paulo, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Vasco, Boca Jrs, River Plate, Independiente (ARG), Peñarol sempre foram equipes aplicadas taticamente e alcançaram a grandeza praticando um futebol eficiente.

Em território nacional, Corinthians, Fluminense, Atlético Mineiro e cia também não atrairam atenção do mundo pela beleza do futebol. Suas conquistas foram resultado de raça e eficiência tática.

O Botafogo só mostrou a beleza do futebol quando tinha Garrincha e cia vestindo o uniforme da estrela solitária.

O Palmeiras dos 100 gols era uma máquina de enfiar bolas na rede e o fazia jogando de maneira ofensiva, mas foi na década de 60 que a equipe que jogou o futebol clássico.

O Flamengo viveu uma era iluminada comandada por Zico.

O holandês Ajax, há algumas décadas, chegou ao auge jogando o fino da bola.

O atual Arsenal pratica um jogo de velocidade, de vontade, de aplicação tática, de categoria envolvente.

Mas, todas essas equipes viveram apenas fases do futebol-arte.

No mundo, historicamente apenas duas equipes ficaram registradas por causa do futebol arte: Santos e Barcelona.

Prova disso é que sempre que qualquer time ameaça mostrar um futebol encantador, comparam ao Santos de Pelé ou ao Barça de Messi.

Na história, muitas equipes se tornaram gigantes, vencedoras, dominaram os campeonatos nacionais e/ou continentais. Porém, poucas jogaram com um estilo semelhante ao do Santos de Pelé ou do Barça de Messi.

Em 2010, os Meninos da Vila estão caminhando para gravar o nome deles na história do futebol-arte. Estão jogando para pararem de ser comparados à essas duas gerações e se tornarem exemplo.

Em 2002, Diego, Robinho e cia. mostraram que a Vila é, sim, o celeiro de craques do planeta, mas não empolgaram os boleiros como a geração de Neymar e Ganso.

Em 2002, todos lembraram que, históricamente, os Meninos da Vila jogam um futebol gostoso de se ver.

No Santos, tudo começou com a geração do Pelé, passou pela turma do Pita e do Juari, ressurgiu com Diego e Robinho e se fortaleceu novamente com Neymar, Ganso e cia.

Agora, é esperar para ver até onde a geração 2010 vai chegar.

A de Diego e Robinho parou no Boca Jrs. de Tevez, Riquelme, Abbondanzieri e Schiavi.

A de 84 foi um "curta-metragem".

A geração de Pelé conquistou tudo o que era possível.

A de 2010, por enquanto, apenas resgatou a personalidade que é singular ao Santos - gerar artistas da bola, afinal, os craques do Barcelona são importados, os da Vila são criados por ali mesmo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Até quando?

É inacreditável acompanhar o que acontece com os grandes times argentinos.

Quem não está muito atualizado até acha que é mentira quando vê na ponta da tabela do campeonato argentino times como Godoy Cruz, Argentinos, Banfield, Lanús e Tigre.

E não acredita quando ouve que entre os cinco últimos colocados estão Rosário Central, River Plate, San Lorenzo e Boca Juniors.

Por enquanto, salvam a reputação dos gigantes apenas Vélez, Estudiantes e Independiente.

É incrível ver onde foram parar os gigantes argentinos.

É sempre legal ver times pequenos crescendo, conquistando títulos, apresentando alternativas e deixando um torneio mais competitivo, mas o que se vê na Argentina é muito estranho.

No Brasil, grandes times foram rebaixados, se reestruturaram e voltaram para a elite com times fortes.

Será que os grandes argentinos terão que passar pelo mesmo processo? Vão ter que colocar uma mancha na história para poder voltar às glórias?

E o que mais me chama a atenção é que todos passam por essa fase ruim na mesma época.

No Brasil, Palmeiras e Botafogo foram os pioneiros a desbravar a Segundona a partir dos anos 2000 e logo depois se recuperaram do tombo. Depois, Grêmio, Atlético Mineiro, Coritiba, Corinthians e Vasco seguiram o mesmo caminho. O Fluminense, na década de 90, chegou a cair para a terceirona.

Porém, nem todos os tradicionais times brasileiros conseguiram retomar a antiga força.

O Bahia não aparece na elite há alguns anos.

O Santa Cruz chegou ao fundo do poço e hoje disputa a quarta divisão.

O Guarani também experimentou o gosto amargo da terceira divisão e depois de muitos anos volta a figurar entre as principais equipes nacionais.

A Portuguesa fica na gangorra: é rebaixada, volta para a elite, cai de novo, e vai seguindo nessa rotina...

O Paysandu, que há sete anos venceu o Boca na Bombonera pela fase de mata-mata da Libertadores, não disputa nem mais a segunda divisão nacional.

Exemplos bem sucedidos de times que caíram e ressurgiram não faltam. Mas exemplos de clubes que se afundaram e ainda não conseguiram honrar as tradições também aparecem aos montes.

O negócio é mudar logo a administração, mudar o pensamento, reciclar a gestão, pois do jeito que está, logo nós, brasileiros, nem vamos mais comemorar as vitórias sobre os tradicionais rivais argentinos.

PS: não tenho nada contra os "pequenos", pelo contrário, acho sensacional quando temos "zebras" e vejo times com pouca tradição atormentando os grandes. Mas chama muito a atenção quando um campeonato tem muitos times "pequenos" (sem títulos importantes nacionais ou internacionais) na ponta de cima e grandes na ponta de baixo.

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