domingo, 28 de agosto de 2011

Que fique o aprendizado

Foto: UFC
O que o UFC tem a ensinar para o mundo esportivo brasileiro?

Muito, principalmente quanto à organzação, à "marquetagem" e, notadamente, o respeito que existe aos atletas e entre eles próprios.

Todos os lutadores se cumprimentam após as lutas, não importa o que tenha acontecido dentro do octógono.

As provocações existem, claro. E ninguém agrada a todos, portanto, é normal que um lutador não goste de outro.

Mas pelo esporte, o respeito predomina. Não importam os gostos e preferências, o esporte os une e o respeito entre os atletas é algo muito legal de se ver.

E chamou muito a minha atenção o presidente do UFC, Dana White, agradecer Forrest Griffin, nocauteado por Maurício Shogun, durante a coletiva.

Um repórter perguntou ao Forrest o que aconteceu para ele ter sido nocauteado. A resposta foi direta: ele não sabe o que aconteceu, pois treinou muito para aquele dia.

Pouco depois, perguntaram se o fuso horário teria influenciado na performance dele dentro do ocotógono. E Griffin disse que adoraria usar essa desculpa, mas não poderia.

Foi então que Dana White tomou o microfone e contou que dentro dos próximos dias a mulher de Forrest dará luz ao filo do casal.

E o presidente do UFC não citou isso como uma desculpa para a derrota, mas apenas para agradecer ao lutador por ter vindo ao Brasil participar do UFC Rio em um mometo tão importante para a família dele.

Bem diferente do que acontece no Brasil.

É duro ver esportistas sem a menor condição de treinar.

Ver as confederações darem as costas aos atletas.

Ver pessoas talentosas ficando pelo caminho devido à falta de investimentos e estrutura.

Isso acontece também, óbvio, em outros países.

Mas achei muito legal o presidente do UFC apenas agradecer ao lutador por participar de um evento histórico.

Foi um ato de reconhecimento muito bonito.

E vindo de quem transformou o UFC.

Dana White, junto com os outros organizadores do UFC, está dando um show de organização e promoção da marca do esporte.

Fica o exemplo para os dirigentes brasileiros.

A Copa e as Olimpíadas estão chegando.

Espero que o legado seja precioso para o esporte brasileiro. E que seja muito bem aproveitado.

UFC Rio: noite histórica

Foto: UFC
O UFC Rio foi um espetáculo para os amantes das artes marciais. Para os brasileiros fãs da categoria, a noite foi quase perfeita: somente uma derrota, na primeira luta.

No mais, foi um show brasileiro dentro do octógono.

Minotauro superando os limites e vencendo um adversário forte de maneira surpreendente, que dominava a luta até o momento em que tomou o golpe fatal do ídolo brasileiro.

Édson Júnior mostrando categoria e eficiência no embate com um inglês duro na queda.

Maurício Shogun, no duelo que seria o mais equilibrado da noite, nocauteando Forrest Griffin com uma sequência de golpes impressionante.

E, por fim, Anderson Silva mostrando por que é uma lenda no UFC, ao vencer com facilidade o japonês Yushin Okami.

No seu estilo provocador, o "Spider" tirou o japonês do sério, lutou com uma grande tranquilidade e com uma postura que dizia até para os menos entendidos desse esporte (como eu): "vou vencer na hora em que eu quiser".

E foi isso mesmo que ele fez.

No primeiro round, Anderson ficou andando pelo octógono, enquanto o adversário tentava, sem sucesso, atingi-lo.

No segundo, baixou a guarda e com socos precisos, nocauteou o adversário.

Os torcedores brasileiros não têm do que reclamar das lutas dessa histórica noite de agosto.

O único porém: tentaram jogar revista e copos de cerveja no octógono. Uma ação lamentável de torcedores que ainda têm muito o que aprender quando o assunto é apreciar um espetáculo.

Observações

Forrest Griffin esbanjou simpatia durante a coletiva. Brincou que se cada lutador que perdesse para o Anderson Silva parasse de lutar, a categoria ficaria vazia em breve.

Griffin ainda aproveitou para descontrair o clima ao comentar a gravidez de sua mulher, que está prestes a dar a luz ao bebê. Ele disse que se soubesse que perderia, não teria vindo ao Brasil.

Por fim, vale ressaltar a grande vitória de Minotauro, recuperado de uma série de cirurgias. Na coletiva, ele revelou: ao entrar no octógono ontem à noite, estava tão nervoso por lutar em seu país que não conseguiu olhar para a torcida.

domingo, 14 de agosto de 2011

Seleção do medo

Um ano se passou desde a eliminação da seleção brasileira da Copa do Mundo, naquela derrota por 2x1 para a Holanda, na África do Sul.

E nesses quase 400 dias que se passaram desde então, tudo o que envolve a seleção tupiniquim é desanimador.

A começar pela organização da Copa do Mundo de 2014, mais cara do que as três últimas Copas JUNTAS!

Estimativa da Consultoria Legislativa do Senado Federal prevê que serão gastos nos preparativos para a Copa de 2014 US$ 40 bilhões.

Já as Copas realizadas na Coréia do Sul e Japão (2002), Alemanha (2006) e África do Sul (2010) custaram, juntas,US$ 30 bilhões.

E o dinheiro público vai indo pelo ralo...

O cenário não melhora quando se olha para a seleção comandada por Mano Menezes, treinador que não ganhou nada que o credencie a ser o técnico da nação mais vitoriosa do maior campeonato do mundo do futebol.

Desde que virou o comandante do Brasil, Mano não conseguiu dar liga, padrão ao time. Não há estratégia, não há tática e nem um plantel qualificado.

Jogadores sem condições de vestirem a amarelinha (horrorosa) são convocados frequentemente.

E a equação da seleção brasileira desde agosto de 2010 tem sido essa: treinador sem gabarito + jogadores sem capacidade = fracassos.

Foram 14 jogos sob comando de Mano. E nenhuma vitória sobre as "seleções top 20" do Mundo.

Veja só a lista de jogos da era Mano Menezes (em negrito, a posição da seleção de acordo com o ranking mais atual da Fifa, onde o Brasil aparece na quarta colocação):

14/08/2010 - Brasil 2 x 0 Estados Unidos (30ª - amistoso)

07/10/2010 - Brasil 3 x 0 Irã (54ª - amistoso)

11/10/2010 - Brasil 2 x 0 Ucrânia (45ª - amistoso)

17/11/2010 - Brasil 0 x 1 Argentina (10ª - amistoso)

09/02/1011 - Brasil 0 x 1 França (15ª - amistoso)

27/03/2011 - Brasil 2 x 0 Escócia (61ª - amistoso)

04/06/2011 - Brasil 0 x 0 Holanda ( - amistoso)

07/06/2011 - Brasil 1 x 0 Romênia (53ª - amistoso)

03/07/2011 - Brasil 0 x 0 Venezuela (40ª - Copa América)

09/07/2011 - Brasil 2 x 2 Paraguai (26ª - Copa América)

13/07/2011 - Brasil 4 x 2 Equador (67ª - Copa América)

17/07/2011 - Brasil (0) 0 x 0 (2) Paraguai (26ª - Copa América)

10/08/2011 - Brasil 2 x 3 Alemanha ( - Amistoso).

Entre agosto de 2010 e agosto de 2011, o Brasil enfrentou sete dentre as 40 melhores seleções de acordo com a Fifa. Ganhou uma (contra os Estados Unidos), perdeu três (França, Argentina e Alemanha) e empatou quatro vezes (Holanda, Venezuela e duas vezes com o Paraguai).

Um desempenho medíocre, de seleção pequena.

E, para tentar apagar essa péssima imagem, o "dono" da CBF, Sr. Ricardo Teixeira, que já disse que pode fazer o que quiser na Copa de 2014, marcou amistosos contra seleções bem fracas.

Jogos contra Itália e Espanha? Deixa pro ano que vem.

Por que até o final do ano, além do Superclássico das Américas, que contará com dois jogos contra a Argentina, o Brasil medirá forças com o Egito (34º colocado no ranking da Fifa, no dia 06/09), Costa Rica (56ª melhor seleção, no dia 07/10) e Gabão (número 60 na lista mundial, no dia 11/11).

E, em 15 de novembro, a seleção do medo enfrentará a Suíça ou a Inglaterra.

Essa é a seleção brasileira se preparando para a Copa de 2014.

E se a famosa frase "pau que nasce torto não se endireita" estiver certa, os brasileiros podem esperar por mais fracassos.

Parabéns, senhor Ricardo Teixeira.

Mais lidas