terça-feira, 21 de maio de 2013

Insuportável

Cansativa, entediante, chata e extremamente insuportável. Assim tem sido a pressão de comandantes da CBF e de parte da mídia implorando para que Neymar vá embora do Brasil. Essa será a segunda vez nos últimos meses que essa discussão será tema no blog.

A justificativa para mandar o craque santista embora é a mesma de sempre: na Europa ele evoluirá. Explicação fraquinha, que ainda menospreza o produto brasileiro.

Na Europa Neymar encontrará tantos ou mais jogadores de nível baixo pela frente.

Dizer que o Osasuña (ESP) tem mais time que o Atlético Mineiro é piada.

Acreditar que o Grêmio é mais fraco que o Siena (ITA) é bizarro.

Defender que é mais fácil superar o Vasco do que o Wolfsburg (ALE) chega a ser patético.

E o que dizer das "potências" Groningen (HOL), Swansea (ING), Olhanense (POR)? Esses times mal jogariam a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.

Claro, existem times bem fracos no Brasil. Muito fracos. Mas no país mais vitorioso do futebol existem pelo menos 12 grandes clubes para serem enfrentados rotineiramente, não apenas dois ou três, como acontece nos campeonatos europeus.

E, de verdade: você preferiria contratar o zagueiro português Pepe, do poderoso Real Madrid (ESP) ou o brasileiro Dedé, do Cruzeiro? Eu não tenho dúvidas: ficaria com a segunda opção.

Quer mais? Então escolha entre o atacante durão Soldado, do Valencia (ESP) (que sempre fica entre os primeiros no campeonato espanhol), ou o afiado brasuca Leandro Damião, do Internacional?

Ou seja, até nos grandes times europeus existem jogadores bem medíocres. Como existem no elenco dos principais times brasileiros. Estamos quites.

Outra dúvida: se o Neymar precisa ir para Europa para evoluir, por que, então, a seleção brasileira não é dirigida por um técnico europeu?

Vamos seguir a lógica: se para evoluir, Neymar precisa sair do Brasil, é por que em outros países ele será melhor treinado. Portanto, os técnicos brasileiros não prestam?

É isso mesmo Carlos Alberto Parreira? É isso mesmo Mano Menezes? É isso mesmo Muricy Ramalho? É isso mesmo caro presidente da CBF, José Maria Marin?

Cadê a lógica?

Por fim, volto a questionar: se na Europa o jogador evolui tanto, por que o Robinho não é titular da seleção brasileira, após sete temporadas nas principais ligas europeias?

Por que o armador Diego não é o 10 da seleção canarinho?

Por que Alexandre Pato (quase seis temporadas no Milan) é reserva de Romarinho (ex-Bragantino) no Corinthians?

Por que Íbson, que se destacou na Rússia mas hoje é moeda de troca no Flamengo, não está convocado para a Copa das Confederações?

Por que o Felipe Melo, após trocentos anos na Europa (hoje é jogador da Juventus-ITA e campeão turco pelo Galatasaray), não é o "cão de guarda" da equipe pentacampeã mundial?

E por que o Anderson, que só não fez chover quando surgiu no Grêmio, e hoje, quase sete anos após ir para a Europa, não passa de um médio volante mediano do Manchester United (ING), campeão inglês?

Por que o centroavante André, agora detestado pela torcida do Santos e recém-contratado pelo Vasco, não voltou como matador após jogar na Ucrânia e na França?

Se a Europa é um centro de evolução, por que eles, que tinham tanto potencial antes de sair do Brasil, hoje mal têm espaço nos clubes brasileiros?

Já passou da hora do brasileiro perder a síndrome de vira-lata e ver que aqui mesmo, no nosso Brasil, nós temos produtos extremamente valiosos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

É hora de renascer

Acabou o sonho santista de ser tetracampeão estadual, um feito histórico ainda não realizado por qualquer time na era profissional do futebol brasileiro.

E é nas derrotas que se torna mais necessário aprender novas lições. No caso do Santos, é preciso enxergar o que é óbvio há muito tempo.

- Laterais: o Santos precisa contratar dois laterais-direitos (um titular e um reserva) e precisa de ao menos mais um lateral-esquerdo para revezar com Léo, que já não aguenta mais 90 minutos de partida.

- Zagueiros: Edu Dracena vive grande fase, mas precisa de um parceiro melhor do que Durval, que já não tem mais a pegada e a noção de posicionamento que o consagrou no passado.

- Armadores: Montillo até agora não estreou pelo Santos, enquanto Felipe Anderson se mostra, frequentemente, um jogador apenas mediano e com muita vontade. Ou seja, não pode ser titular em um time que entra sempre para brigar por títulos.

- Atacantes: Neymar nunca teve parceiros tão ruins no ataque como desde o meio de 2012. André e Miralles não têm condições de serem titulares nem no sub-17 da Vila Belmiro. André, pesado, disperso e lento, perdeu o faro de gol e a noção de posicionamento. Miralles é sem técnica, sem precisão no chute e nos passes e só vive em impedimento. Já passou da hora de dar mais oportunidades aos jogadores da categoria de base, que têm defeitos, mas muito mais qualidades que esses brucutus.

- Padrão tático: é inadmissível que um time como o Santos, sem um centroavante de verdade, viva de chuveirinho e chutões que ligam a defesa ao ataque, ainda mais tendo jogadores habilidosos e que chutam bem, como Neymar e Cícero. Fora que não existe movimentação, preenchimento de espaços... Quando um santista está com a bola, ninguém chega para auxiliá-lo e se tornar uma opção de passe. Além disso, o sistema de marcação é fraquíssimo, deixando frequentemente os zagueiros expostos e no "mano-a-mano" com os atacantes adversários.

- Depois de dois anos formando elencos medíocres e somente fracassando, mostrando um futebol vergonhoso, qual a justificativa para seguir pagando R$ 700 mil mensais a um treinador como esse?

Normalmente é prejudicial trocar de treinador no meio da temporada. Mas o Santos já vive uma fase ruim e a tendência é piorar caso a diretoria não abra os olhos e procure opções de treinadores e reforços no mercado.

O Campeonato Brasileiro promete ser muito longo ao Peixe...

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